LIVRO – HÁBITOS ATÔMICOS – JAMES CLEAR.



LIVRO – HÁBITOS ATÔMICOS – JAMES CLEAR.


            Pequenas mudanças, resultados impressionantes. Hábitos atômicos: um método fácil e comprovado de criar bons hábitos e se livrar dos maus. Como aprendi sobre hábitos destaca o autor. No período do colegial do autor, ele obteve um bom lugar no time de beisebol e, embora, por ser calouro, ele conseguiu se tornar um atleta universitário. Naquele ambiente bagunça universitário, destaca o autor que sempre mantinha seu quarto organizado, pequenas melhorias, mas deu a ele sensação de controle na vida dele, repassando ao hábito dele de estudo, obtendo boas notas. Explica ainda que um hábito é uma rotina feito regularmente - e, em variadas vezes de maneira automática. Conforme cada semestre passava, eu acumulava pequenos, mas consistentes, hábitos, que acabaram levando a resultados inimagináveis para mim quando comecei. Por exemplo, pela primeira vez em minha vida, criei o hábito de levantar pesos várias vezes por semana, e, nos anos que se seguiram, meu corpo de 1,93m passou de franzinos 77kg para

esguios 90kg.

 

            Nesses termos como dá início ao manuscrito é que o livro se desenvolve. Assevera ainda que, seis anos depois de eu ter sido atingido no rosto com um taco de beisebol, levado para o hospital e colocado em coma, fui selecionado como o melhor atleta masculino da Denison University e nomeado para a ESPN Academic All- America Team — uma honra concedida a apenas 33 jogadores em todo o país. Quando me formei, estava listado nos livros de registro da escola em oito categorias diferentes. Naquele mesmo ano, recebi a maior honraria acadêmica da universidade, a Medalha do Reitor.

 

            A escrita do livro se concretizou com o hábito de escrever artigos no seu site desde novembro de 2012 e tal hábito ajudou a implementar sua rotina e assim sendo produzir dessa obra. A espinha dorsal deste livro é o meu modelo de quatro passos de hábitos - estímulo, desejo, resposta e recompensa - e as Quatro Leis da Mudança de Comportamento que evoluem a partir dessas etapas.

 

Denota sobre o surpreendente poder dos hábitos atômicos, contando a narrativa sobre destino do ciclismo britânico mudou em um dia de 2003. A organização responsável pela regulamentação do ciclismo profissional na Grã-Bretanha contratara recentemente Dave Brailsford como seu novo diretor de performance. Desde 1908, eles conquistaram apenas uma medalha de ouro nas olimpíadas, e na maior corrida do ciclismo, o Tour de France. Em 110 anos, nenhum ciclista britânico havia vencido o evento, esse era o panorama que o técnico pegaria aquela equipe.

 

O que o destacava dos treinadores anteriores era seu compromisso inabalável com uma estratégia que chamava de “agregação de ganhos marginais”, que era a filosofia de procurar por uma pequena margem de melhoria em tudo que você faz. Segundo Brailsford: “Todo o princípio surgiu da ideia de que se você dividir todas as ações que conseguir pensar como integrante da atividade de andar de bicicleta e, em seguida, melhorar em 1% em cada uma delas, teria um aumento significativo ao colocar todas em ação.” Começaram fazendo pequenos ajustes em uma equipe profissional de ciclismo, redesenharam os selins das bicicletas tronando mais confortáveis e esfregaram álcool nos pneus para ganhar melhor aderência, testaram inúmeros tecidos em um túnel de vento e fez com que seus ciclistas ao ar livre passassem a usar roupas de corrida indoors, que se mostraram mais leves e aerodinâmicas.

 

            Contrataram um cirurgião para ensinar a cada ciclista a melhor maneira de lavar as mãos para reduzir as chances de pegar um resfriado. Determinaram o tipo de travesseiro e colchão que proporcionava a melhor noite de sono para cada atleta. Até pintaram o interior do caminhão da equipe de branco, o que ajudava a identificar pontos de poeira que passariam despercebidos, mas poderiam prejudicar o desempenho das bicicletas precisamente ajustadas. Com o fruto da agregação de ganhos marginais de Brailsford, durante um período de 10 anos, de 2007 a 2017, os britânicos conquistaram 178 campeonatos mundiais e 66 medalhas de ouro olímpicas ou paralímpicas, e conquistaram 5 vitórias do Tour de France, que é considerada a corrida mais bem-sucedida na história do ciclismo.

 

            Denota que as metas estão em desacordo com o progresso em longo prazo. Por fim, uma mentalidade orientada por metas pode criar um efeito “ioiô”. Muitos corredores trabalham arduamente ao longo de meses, mas assim que cruzam a linha de chegada param de treinar. A corrida não está mais lá para motivá-los. Hábitos são os juros compostos do autoaperfeiçoamento. Obter uma melhoria de 1% todos os dias conta muito no longo prazo. Hábito atômico é um pequeno hábito que faz parte de um sistema maior. Assim como os átomos são os blocos de construção das moléculas, os hábitos atômicos são os blocos de construção dos resultados notáveis. Se quiser melhores resultados, esqueça a definição de metas. Concentre-se no seu sistema. Você não sobe para atingir o nível de seus objetivos. Desce ao nível de seus sistemas.

 

            Qualquer um pode se convencer a ir à academia ou adotar uma alimentação saudável uma ou duas vezes, mas se não mudar a crença por trás do comportamento, é difícil manter as mudanças em longo prazo. As melhorias são apenas temporárias até se tornarem parte de quem você é. O objetivo não é ler um livro, o objetivo é se tornar leitor. O objetivo não é correr uma maratona, o objetivo é se tornar corredor. O objetivo não é aprender a tocar um instrumento, o objetivo é se tornar músico. Seus comportamentos são geralmente um reflexo de sua identidade. O que você faz é uma indicação do tipo de pessoa que acredita ser — seja consciente ou não. A maneira mais eficaz de mudar seus hábitos é se concentrar não no que você quer alcançar, mas em quem você deseja se tornar. Sua identidade emerge de seus hábitos. Cada ação é um voto para o tipo de pessoa que deseja se tornar.

 

            Destaca que hábitos são atalhos mentais aprendidos com a experiência. De certo modo, eles são apenas uma lembrança de passos já seguidos anteriormente para resolver um problema. Sempre que as condições estiverem corretas, você pode utilizar essa memória e aplicar automaticamente a mesma solução. A principal razão pela qual o cérebro se lembra do passado é para prever melhor o que funcionará no futuro. Construir hábitos no presente permite que você faça mais do que deseja no futuro. O processo de construção de um hábito se divide em quatro estágios simples: estímulo, desejo, resposta e recompensa. Decifrar essas peças fundamentais nos ajuda a entender o que é um hábito, como funciona e como melhorá-lo. Esses quatro estágios padrão são a espinha dorsal de todos os hábitos, e seu cérebro os percorre sempre na mesma ordem todas as vezes.

 

O ciclo do hábito é assim explicado. Fase do problema (1. Estímulo e 2. Desejo); Fase da Solução (3. Resposta e 4. Recompensa). Todo comportamento é motivado pelo desejo de resolver um problema. Às vezes o problema é que você percebe algo bom e quer obtê-lo. Às vezes, o problema é que está sentindo dor e quer aliviá-la. De qualquer maneira, o propósito de todo hábito é resolver os problemas que enfrenta. Imagine entrar em um quarto escuro e acender a luz. Você já executou esse hábito simples tantas vezes que o faz automaticamente. Os quatro estágios são percorridos em uma fração de segundo. O desejo de agir emerge sem a necessidade de pensar. A maioria de nós nunca pensa duas vezes no ato de amarrar o mesmo sapato todas as manhãs, ou desligar a torradeira após cada uso, ou sempre vestir roupas confortáveis quando chegamos em casa do trabalho. Depois de décadas de programação mental, automaticamente nos inserimos nesses padrões de pensamento e ação.

 

Ensina claramente que, um hábito é um comportamento repetido o suficiente para se tornar automático. O objetivo final dos hábitos é resolver os problemas da vida com o mínimo de energia e esforço possíveis. As Quatro Leis da Mudança de Comportamento são um conjunto simples de regras que podemos usar para criar hábitos melhores: (1) torná-los claros, (2) torná-los atraentes, (3) torná-los fáceis e (4) torná-los satisfatórios.

 

O homem que não parecia bem. O psicólogo Gary Klein certa vez me contou a história de uma mulher que, depois de trabalhar anos como paramédica, surpreendeu a todos em uma reunião de família. Assim que chegou, olhou para o sogro e disparou: “Não gostei da sua aparência.” O que a paramédica viu? Como previu o iminente ataque cardíaco do sogro? Quando as principais artérias estão obstruídas, o corpo se concentra em enviar sangue para órgãos essenciais em detrimento das áreas periféricas e próximas da superfície da pele. O resultado é uma mudança no padrão de distribuição de sangue na face. Depois de muitos anos trabalhando com pessoas com insuficiência cardíaca, a mulher havia, sem saber, desenvolvido a capacidade de reconhecer esse padrão de imediato.

 

Há histórias semelhantes em outras áreas. Por exemplo, analistas militares capazes de identificar qual bipe em uma tela de radar é um míssil inimigo e qual é um avião da própria frota, embora ambos viagem na mesma velocidade e altitude, e pareçam idênticos ao radar em quase tudo. Durante a Guerra do Golfo, o tenente-comandante Michael Riley salvou um porta-aviões de guerra ao ordenar que um míssil fosse abatido — apesar de o míssil ser exatamente igual aos aviões do próprio navio no radar. Ele tomou a decisão correta, mas nem os oficiais superiores conseguiram explicar como ele fez isso. Sabe-se que curadores de museus são capazes de distinguir entre uma obra de arte autêntica e uma excelente falsificação, mesmo que não lhe digam com exatidão quais detalhes os fizeram chegar a essa conclusão. Radiologistas experientes conseguem analisar uma tomografia cerebral e prever a área em que ocorrerá um derrame antes que quaisquer sinais óbvios sejam visíveis para o olho destreinado. Já ouvi falar de cabeleireiros que percebem se uma cliente está grávida com base apenas na textura de seu cabelo. O cérebro humano é uma máquina preditiva. Ele absorve continuamente o entorno e analisa as informações que encontra.

 

Com prática suficiente, seu cérebro vai captar os estímulos que predizem certos resultados sem pensar conscientemente nisso. Uma vez que nossos hábitos se tornam automáticos, deixamos de prestar atenção ao que estamos fazendo. O processo de mudança de comportamento sempre começa com a consciência. Você precisa estar ciente de seus hábitos antes de poder mudá-los.

 

A melhor maneira de criar um novo hábito. Você também pode inserir comportamentos em sua rotina atual. Por exemplo, se já tiver uma rotina matinal parecida com a seguinte: Acordar > Arrumar a cama > Tomar banho. Digamos que queira desenvolver o hábito de ler mais a cada noite. Você pode expandir sua pilha de hábitos e tentar: Acordar > Arrumar a cama > Colocar um livro no meu travesseiro > Tomar banho. Agora, ao se deitar na cama, toda noite, um livro estará à sua espera. Seu estímulo também deve ter a mesma frequência que o hábito desejado. Se quer praticar um hábito todos os dias, empilhá-lo em um hábito que só acontece às segundas-feiras não é uma boa escolha.

 

A motivação é superestimada; o ambiente é mais relevante. O ambiente é a mão invisível que molda o comportamento humano. Apesar de nossas personalidades únicas, certos comportamentos tendem a surgir e se repetir sob certas condições ambientais. Na igreja, as pessoas tendem a falar em sussurros. Em uma rua escura, as pessoas andam atentas e cautelosas. Sendo assim, a forma mais comum de mudança não é interna, mas externa: somos transformados pelo mundo ao nosso redor. Todo hábito depende do contexto.

 

Em 1936, o psicólogo Kurt Lewin escreveu uma equação simples, que faz uma afirmação poderosa: o comportamento (B) é uma função da pessoa (P) e seu ambiente (E), ou B = f (P,E). Não demorou muito para que a Equação de Lewin fosse testada nos negócios. Em 1952, o economista Hawkins Stern descreveu um fenômeno que chamou de Sugestão de Compra por Impulso, que “é acionada quando um comprador vê um produto pela primeira vez e vislumbra uma necessidade do produto”. Em outras palavras, os clientes ocasionalmente compram um item não porque querem, mas por causa de como é apresentado a eles.

 

Por exemplo, itens no nível dos olhos tendem a ser comprados mais do que os que estão perto do chão. Por esse motivo, você encontrará itens de marcas caras em locais de fácil acesso nas prateleiras das lojas, pois geram mais lucro, enquanto as alternativas mais baratas são escondidas em locais mais difíceis de alcançar. Isso vale para as extremidades, as unidades no final dos corredores. Essas prateleiras são máquinas de ganhar dinheiro para os varejistas, porque são locais óbvios expostos a um alto tráfego de pessoas. Por exemplo, 45% das vendas de Coca-Cola vêm especificamente de prateleiras nas extremidades de corredores. Quanto mais evidente a exposição de um produto ou serviço, maior é a probabilidade de você experimentá-lo. As pessoas bebem Bud Light porque ela está em todos os bares e visitam a Starbucks porque há uma loja em cada esquina. Nós gostamos de pensar que estamos no controle. Se escolhermos a água em vez de refrigerante, presumimos que foi uma opção consciente. A verdade, no entanto, é que muitas das atitudes que tomamos a cada dia não são moldadas por propósito e escolha, mas pela opção mais óbvia.

 

Os tubarões são capazes de detectar pequenas quantidades de eletricidade e vibrações na água causadas por peixes nas proximidades. Até mesmo as bactérias têm quimiorreceptores - minúsculas células sensoriais que lhes permitem detectar substâncias químicas tóxicas em seu ambiente. Por exemplo, você consegue “perceber” quando a temperatura cai antes de uma tempestade, quando a dor de estômago aumenta ou quando perde o equilíbrio enquanto caminha em solo rochoso. Os receptores de seu corpo captam uma ampla gama de estímulos internos, como a quantidade de sal no sangue ou a necessidade de beber algo quando você está com sede. O corpo humano tem cerca de 11 milhões de receptores sensoriais. Aproximadamente 10 milhões deles são dedicados à visão. Alguns especialistas estimam que metade dos recursos do cérebro são usados na visão. Dado que somos mais dependentes da visão do que de qualquer outro sentido, não é de surpreender que os estímulos visuais sejam o maior catalisador de nosso comportamento. Por essa razão, uma pequena mudança no que você vê leva a uma grande mudança no que faz.

 

Pequenas mudanças no contexto levam a grandes mudanças no comportamento ao longo do tempo. Todo hábito é iniciado por um estímulo ou gatilho. É mais provável que notemos os estímulos que se destacam. Torne os estímulos de bons hábitos óbvios em seu ambiente. Gradualmente, seus hábitos acabam associados não a um único gatilho, mas a todo o contexto que envolve o comportamento. O contexto se torna o estímulo. É mais fácil construir novos hábitos em um novo ambiente, porque você não precisa lutar contra os velhos estímulos.

 

Pesquisadores referem-se a esse fenômeno como “desejo induzido por estímulo”: um gatilho externo cria um desejo compulsivo de repetir um mau hábito. Uma vez que você percebe uma coisa, começa a desejá-la. Esse processo está acontecendo o tempo todo - muitas vezes sem nos darmos conta. Cientistas descobriram que mostrar aos viciados uma foto de cocaína por apenas 33 milissegundos estimula o caminho da recompensa no cérebro e provoca o desejo. Essa velocidade é rápida demais para ser registrada conscientemente pelo cérebro - os viciados não conseguiam nem mesmo identificar o que tinham visto -, mas ansiavam pela droga da mesma forma. Moral da história: você pode quebrar um hábito, mas é improvável que o esqueça. Uma vez que os sulcos mentais do hábito tenham sido criados em seu cérebro, são quase impossíveis de serem removidos completamente — mesmo que não sejam usados por um bom tempo.

 

A inversão da 1ª Lei da Mudança de Comportamento é torná-lo invisível. Uma vez que um hábito é formado, é improvável que seja esquecido. Pessoas com autocontrole elevado tendem a gastar menos tempo em situações tentadoras. É mais fácil evitar do que resistir à tentação. Uma das maneiras mais práticas de eliminar um mau hábito é reduzir a exposição ao estímulo que o desencadeia. O autocontrole é uma estratégia de curto, não de longo, prazo.

 

Seu cérebro tem muito mais circuitos neurais alocados para querer recompensas do que para gostar delas. Centros de desejo do cérebro são grandes: o tronco encefálico, o núcleo accumbens, a área tegmentar ventral, o corpo estriado dorsal, a amígdala e porções do córtex pré-frontal. Em comparação, os centros de prazer do cérebro são muito menores. Referidos por vezes como “hotstpots hedônicos” e são distribuídos como pequenas ilhas em todo o cérebro. Por exemplo, os pesquisadores descobriram que 100% do núcleo accumbens é ativado durante o desejo. Enquanto isso, apenas 10% da estrutura é ativada durante o prazer. O fato de o cérebro alocar tanto espaço precioso para as regiões responsáveis pela vontade e desejo fornece mais uma evidência do papel crucial que esses processos desempenham. O desejo é o que impulsiona o comportamento. Toda ação é tomada por causa da antecipação que a precede. É o desejo que leva à resposta. Essas ideias revelam a importância da 2ª Lei da Mudança de Comportamento. Precisamos tornar nossos hábitos atraentes porque, antes de tudo, é a expectativa de uma experiência recompensadora que nos motiva a agir. É aí que entra uma estratégia conhecida como empacotamento de tentações. Hábitos são um ciclo de feedback acionado por dopamina. Quando a dopamina aumenta, também aumenta nossa motivação para agir. É a antecipação de uma recompensa — não sua efetivação — que nos leva a agir. Quanto maior a antecipação, maior o pico de dopamina.

 

O papel da família e dos amigos em moldar seus hábitos. Em 1965, um húngaro chamado Laszlo Polgar escreveu uma série de cartas estranhas a uma mulher chamada Klara. Era um obstinado adepto do trabalho árduo. Ele acreditava nisso: ele rejeitava completamente a ideia de talento inato. Alegava que, com a prática deliberada e com bons hábitos, uma criança poderia se tornar um gênio em qualquer campo. Seu mantra era: “Um gênio não nasce, é educado e treinado.” Laszlo acreditava tão fortemente nessa ideia que queria testá-la com os próprios filhos - e escreveu para Klara porque “precisava de uma esposa disposta a embarcar em sua ideia”. Klara era professora e, embora não fosse tão inflexível quanto Laszlo, também acreditava que, com instrução adequada, qualquer um poderia desenvolver suas habilidades.

 

Laszlo decidiu que o xadrez seria um campo adequado para o experimento e desenvolveu um plano para criar seus filhos para se tornarem prodígios do xadrez. As crianças estudariam em casa, uma raridade na Hungria na época. A casa era repleta de livros de xadrez e fotos de famosos jogadores. As crianças jogavam constantemente umas contra as outras e competiam nos melhores torneios que encontravam. A família mantinha um sistema de arquivos meticuloso do histórico de torneios de todos os competidores que as crianças enfrentassem. Suas vidas eram dedicadas ao xadrez. A investida “romântica” de Klara foi bem-sucedida, e, em poucos anos, a família Polgar ganhou três novas integrantes: Susan, Sofia e Judit. Susan, a mais velha, começou a jogar xadrez aos 4 anos. Depois de 6 meses, já derrotava adultos. Sofia, a filha do meio, fez ainda melhor. Aos 14 anos, foi campeã mundial e, alguns anos depois, tornou-se Grande Mestre. Judit, a mais nova, era a melhor de todos. Aos 5 anos, era capaz de derrotar o pai. Aos 12, era a jogadora mais jovem listada entre os 100 melhores jogadores de xadrez do mundo. Aos 15 anos e 4 meses, ela se tornou a mais jovem Grande Mestre de todos os tempos — mais jovem que Bobby Fischer, o recordista anterior. Durante 27 anos, foi considerada a melhor mulher jogadora de xadrez do mundo.

 

A infância das irmãs Polgar foi atípica, para dizer o mínimo. E, no entanto, na opinião das garotas, seu estilo de vida era atraente e até mesmo agradável. Em entrevistas, as irmãs falam sobre sua infância como divertida, em vez de cansativa. Elas amavam jogar xadrez. Nunca se cansavam. Segundo relatos, Laszlo certa vez encontrou Sofia jogando xadrez no banheiro no meio da noite. Encorajando-a a voltar a dormir, ele disse: “Sofia, deixe as peças em paz!” Ao que ela respondeu: “Papai, são elas que não me deixam em paz!” As irmãs Polgar cresceram em uma cultura que priorizava o xadrez acima de tudo — elas eram elogiadas e recompensadas por isso.

 

A cultura em que vivemos determina quais comportamentos são atraentes para nós. Nós tendemos a adotar hábitos que são elogiados e aprovados pela nossa cultura, porque temos um forte desejo de pertencer à tribo. Tendemos a imitar os hábitos de três grupos sociais: os próximos (família e amigos), a maioria (a tribo) e os poderosos (aqueles com status e prestígio). A coisa mais eficaz que você pode fazer para construir hábitos melhores é juntar-se a uma cultura em que seu comportamento desejado é o padrão e você já tem algo em comum com o grupo. O comportamento normal da tribo frequentemente supera o que o indivíduo deseja. Na maioria das vezes, preferimos estar errados com a multidão a certos sozinhos. Se um comportamento pode nos levar a aprovação, respeito e ao enaltecimento, nós o achamos atraente.

 

            Como o neurocientista Antonio Damasio explica: “É a emoção que permite que você classifique as coisas como boas, más ou indiferentes.” Como reprogramar seu cérebro para gostar de hábitos difíceis? Você pode tornar os hábitos difíceis mais atraentes se puder aprender a associá-los a uma experiência positiva. Às vezes, tudo que precisa é uma pequena mudança de atitude mental. Por exemplo, muitas vezes falamos sobre tudo o que temos que fazer em um determinado dia. Você tem que acordar cedo para o trabalho. Você tem que fazer outra ligação de vendas para o seu negócio. Você tem que cozinhar o jantar para sua família. Agora, imagine mudar apenas uma palavra: você não “tem que”. Você “consegue”. Você consegue acordar cedo para o trabalho. Você consegue fazer outra chamada de vendas para o seu negócio. Você consegue preparar o jantar para sua família. Simplesmente mudando uma palavra, você muda a maneira de encarar cada evento. Você faz a transição de ver esses comportamentos como encargos e os transforma em oportunidades. Os hábitos são atraentes quando os associamos a sentimentos positivos, e

desinteressantes quando os associamos a negativos. Crie um ritual de motivação fazendo algo de que goste imediatamente antes de um hábito difícil.

 

            Quanto tempo realmente leva para se criar um novo hábito? Quanto mais você repetir uma atividade, mais a estrutura do seu cérebro muda para se tornar eficiente nessa atividade. Neurocientistas chamam isso de potenciação de longa duração, que se refere ao fortalecimento das conexões entre os neurônios do cérebro com base nos padrões recentes de atividade. A cada repetição, a sinalização entre as células melhora, e as conexões neurais se fortalecem. Descrito pela primeira vez pelo neuropsicólogo Donald Hebb, em 1949, esse fenômeno é comumente conhecido como Lei de Hebb: “Neurônios que disparam juntos, permanecem conectados.” Repetir um hábito leva a mudanças físicas evidentes no cérebro. Nos músicos, o cerebelo - essencial para movimentos físicos como dedilhar a corda de um violão ou mover o arco de um violino - é maior do que em não músicos.

 

Já os matemáticos têm mais massa cinzenta no lóbulo parietal inferior, que desempenha um papel fundamental na computação e no cálculo. Seu tamanho está diretamente correlacionado com a quantidade de tempo gasto no campo; quanto mais velho e mais experiente o matemático, maior o aumento da massa cinzenta. Quando cientistas analisaram os cérebros dos motoristas de táxi de Londres, descobriram que o hipocampo - uma região do cérebro envolvida na memória espacial - era significativamente maior em taxistas do que em não taxistas. Ainda mais fascinante, o hipocampo diminuía de tamanho quando o motorista se aposentava. Como os músculos do corpo que respondem ao treinamento regular com pesos, determinadas regiões do cérebro se adaptam à medida que são usadas e atrofiam à medida que são abandonadas. Em 1860, o filósofo britânico George H. Lewes observou: “Ao aprender a falar um novo idioma, tocar um instrumento ou realizar movimentos não familiares, sentimos uma grande dificuldade, porque os canais pelos quais cada sensação tem que passar ainda não se estabeleceram; mas assim que a repetição frequente criar o caminho, essa dificuldade desaparece; as ações se tornam tão automáticas que podem ser realizadas enquanto a mente está envolvida em outra atividade.”

 

 

Todos os hábitos seguem uma trajetória similar da prática esforçada até o comportamento automático, um processo conhecido como automaticidade. A automaticidade é a capacidade de realizar um comportamento sem pensar em cada passo, o que ocorre quando a mente não consciente assume o controle. A forma mais eficaz de aprender é praticar, não planejar. Concentre-se em agir, não em estar em movimento. De certo modo, todo hábito é apenas um obstáculo para conseguir o que você realmente quer. A dieta é um obstáculo para entrar em forma. A meditação é um obstáculo para se sentir calmo. O registro no diário é um obstáculo para pensar com clareza. Você não quer o hábito em si. O que realmente quer é o resultado que ele proporciona. Quanto maior o obstáculo - isto é, quanto mais difícil for o hábito -, mais resistência haverá entre você e seu estado final desejado. É por isso que é crucial tornar seus hábitos tão fáceis que possam ser feitos mesmo sem vontade. Se puder tornar seus bons hábitos mais convenientes, será mais provável que os siga. Aumente a resistência associada a maus comportamentos. Quando a resistência é alta, os hábitos são difíceis. Prepare seu ambiente para facilitar as ações futuras.

 

Os hábitos podem ser concluídos em poucos segundos, mas continuam a afetar seu comportamento por minutos ou horas depois. A Regra dos Dois Minutos afirma: “Quando você inicia um novo hábito, ele deve levar menos de dois minutos para ser executado.” Às vezes, o sucesso envolve menos facilitar os bons hábitos e mais dificultar os maus. Essa é uma inversão da 3ª Lei da Mudança de Comportamento: torne-o difícil. Se você se vê continuamente com dificuldades em seguir seus planos, siga o exemplo de Victor Hugo e dificulte seus maus hábitos criando o que os psicólogos chamam de dispositivo de compromisso. Um dispositivo de compromisso é uma escolha que você faz no presente que controla suas ações no futuro. É uma forma de amarrar comportamentos futuros, vinculando você aos bons hábitos e impedindo os maus. Quando Victor Hugo trancou suas roupas para que pudesse se concentrar em escrever, ele estava criando um dispositivo de compromisso.

 

A 4ª Lei da Mudança de Comportamento é torne-o satisfatório. É mais provável repetirmos um comportamento quando a experiência é satisfatória. O cérebro humano evoluiu para priorizar recompensas imediatas em detrimento das tardias. A regra essencial da mudança do comportamento é: o que é imediatamente recompensado é repetido. O que é imediatamente punido é evitado. Para criar um hábito, você precisa se sentir imediatamente bem-sucedido - mesmo que seja uma pequena vitória. As três primeiras Leis da Mudança de Comportamento - torne-o claro, torne-o atraente e torne-o fácil - aumentam as chances de que um comportamento seja executado desta vez.      Um dos sentimentos mais satisfatórios é a sensação de progresso. Não quebre um hábito duas vezes. Se perder um dia, retome-o o mais rápido possível. A inversão da 4ª Lei da Mudança de Comportamento é torne-o insatisfatório. É menos provável repetirmos um mau hábito se for doloroso ou insatisfatório.

 

Escolha o hábito certo, e o progresso será fácil. Escolha o hábito errado, e a vida será uma luta. Os genes não podem ser facilmente alterados, o que significa que fornecem uma vantagem poderosa em circunstâncias favoráveis e uma séria desvantagem nas desfavoráveis. Os hábitos são mais fáceis quando se alinham com suas habilidades naturais. Escolha os hábitos que melhor se adéquem a você. A maior ameaça ao sucesso não é o fracasso, mas o tédio. À medida que os hábitos se tornam rotineiros, tornam-se menos interessantes e menos satisfatórios. Ficamos entediados. Qualquer um pode trabalhar com afinco quando se sente motivado. É a capacidade de continuar mesmo quando o trabalho não é empolgante que faz a diferença. Os profissionais cumprem o cronograma; os amadores deixam a vida atrapalhá-los.

 

“Os homens nascem macios e elásticos; mortos, eles são rígidos e duros. As plantas nascem tenras e flexíveis; mortas, são secas e frágeis. Assim, quem for rígido e inflexível, é um discípulo da morte. Quem for gentil e flexível, é um discípulo da vida. O duro e rígido será quebrado. O suave e flexível irá prevalecer. Lao Tzu.” Os hábitos trazem inúmeros benefícios, mas a desvantagem é que podem nos prender em nossos padrões anteriores de pensamento e ação - mesmo quando o mundo estiver mudando ao nosso redor. Tudo é impermanente. A vida está em constante mudança, então é preciso avaliar periodicamente se os seus velhos hábitos e crenças ainda o servem a contento. A falta de autoconsciência é um veneno. A reflexão e a revisão são o antídoto. A vantagem dos hábitos é que podemos fazer coisas sem pensar. A desvantagem é que deixamos de prestar atenção aos pequenos erros. Hábitos + Prática Deliberada = Maestria A reflexão e a revisão são processos que permitem a você permanecer consciente de seu desempenho ao longo do tempo. Quanto mais nos apegamos a uma identidade, mais difícil se torna crescer além dela.

 

Portanto a leitura do exemplar é recomendada, nesse verá ensinamentos como o autor apresenta em sua parte final, fazendo uma reflexão precisa e importante sobre os hábitos, como descrito a frente, asseverando que, o segredo para obter resultados duradouros é nunca parar de fazer melhorias. É notável o que é possível construir se simplesmente não desistir. É impressionante o ramo de atividade que é capaz de desenvolver se não parar de trabalhar. É notável o corpo que consegue conquistar se não parar de treinar. É impressionante o conhecimento que é capaz de acumular se não parar de aprender. É notável a fortuna que consegue construir se não parar de economizar. É impressionante as amizades que é capaz de cultivar se não parar de se importar. Pequenos hábitos não se somam. Eles se multiplicam.

 

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Ferreira Avelar Advocacia (Iporá-GO. Israelândia-GO). Consultoria e Assessoria Jurídica!

 

Livro – Hábitos Atômicos – James Clear.

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