LIVRO – POR QUE OS GENERALISTAS VENCEM EM UM MUNDO DE ESPECIALISTAS – DAVID EPSTEIN.




LIVRO – POR QUE OS GENERALISTAS VENCEM EM UM MUNDO DE ESPECIALISTAS – DAVID EPSTEIN.

 

            O manual revela abruptamente positiva a sua leitura, com um nome bem intrigante e provocativo, nos é apresentado detalhes de uma pesquisa em que o autor realizou com o fim de tratar sobre o comparativo entre os especialistas em determinadas áreas e aqueles que são tidos como generalistas, ou seja, reúnem uma porção de conhecimento e sabedoria em áreas diversificadas, ouso a dizer, que alguns desses podem ser considerado como verdadeiros polímatas (pessoa cujo conhecimento não está restrito a uma única área), comparados à Pitágoras, Aristóteles, Leonardo da Vinci, Vilfredo Pareto, Aldous Huxley, José Bonifácio, Dom Pedro II, Pontes de Miranda, Ruy Barbosa, Santos Dumont e Enéas Carneiro.

 

            O livro trás uma linguagem provocativa, precisa e cativante, explica, ainda a importância de aprender com os nossos erros. Aqueles que costumam falhar em testes na época da escola ou da universidade, ou chegaram à conclusão, depois de investir tempo e dinheiro, de que um determinado campo não era para eles, acabam tendo carreiras mais satisfatórias no futuro. Os inventores mais importantes foram os que ultrapassaram os limites de suas áreas de interesse, em vez de aprofundarem seus conhecimentos em um único ramo. Enquanto os especialistas se isolam e os computadores lidam com habilidades antes reservadas a humanos extremamente ficados, aqueles com pensamento mais abrangente, que abraçam experiências e perspectivas diversas, se desenvolvem cada vez mais.

 

            Introdutoriamente apresenta-se como a pesquisa é demonstrada, asseverando sobre: Roger vs. Tiger; o culto da vantagem inicial; como o mundo perverso foi criado; quando menos do mesmo é mais; aprendizado: rápido e lento; pensar além da experiência; o problema do excesso de garra; flertando com seus possíveis eus; a vantagem do outsider; pensamento lateral com tecnologia obsoleta; enganado pela especialização; aprendendo a abandonar suas ferramentas conhecidas e amadores propositais.

 

            É dito que quem necessita desenvolver uma habilidade, trocar um instrumento ou ser o melhor em sua área de atuação deve começar cedo, ter foco e acumular o máximo de horas de prática possível. Também afirmam que, se você simplesmente experimentar várias coisas ao mesmo tempo ou adiar o início de algum estudo ou atividade, nunca alcançará o mesmo nível de pessoas que começaram ainda jovens. Porém, um olhar mais atento aos nomes que são considerados líderes em seus campos, desde ganhadores de prêmios Nobel até atletas profissionais, mostram que a especialização precoce é a exceção, e não a regra.

 

            O autor nos apresenta um comparativo entre Tiger Woods e Roger Federer, cada um desses com atuação de destaque em esportes distintos, o primeiro no golfe e o segundo no tênis, diz que ambos se conheceram em 2006, quando estavam no auge de suas carreiras. Tiger voou em seu jato para assistir a final do Aberto dos EUA, deixando Federer nervos. Mesmo assim, venceu pelo terceiro ano consecutivo. Se juntaram no vestiário para uma festa regada a champanhe. Eles se conectaram como só os dois poderiam. “nunca conversei com alguém que estivesse tão familiarizado com a sensação de ser invencível”, descreveu Federer. Eles logo se tornaram amigos, bem como focos de um debate sobre que era o principal atleta no mundo.

 

            Cita a incrível educação de Tiger, em uma serie de livros best-sellers sobre desenvolvimento da especialização, manual voltado para pais, escrito por Earl, pai dele. O menino não estava apenas jogando golfe. Estava desenvolvendo-se na “prática deliberada”, o único tipo que conta na agora onipresente regra das 10 mil horas de experiência, número de horas acumuladas de treinamento altamente especializado descrever ser o único fator de desenvolvimento de habilidades, seja qual for a área. A prática deliberada, de acordo com o estudo de trinta violinistas que gerou a regra, ocorre com “instruções explicitas sobre o melhor método”, são supervisionadas individualmente por um instrutor, recebem “feedback informativo imediato e conhecimento dos resultados de seu desempenho” e “executam repetidamente as mesmas tarefas ou similares”. Nossos ícones de sucesso mais conhecidos ganham projeções pela precocidade e pela vantagem inicial – Mozart, nas teclas, Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, em outro tipo de teclado.

 

            Sobre o culto da vantagem inicial, exemplifica com o caso de Laszlo Polgar, que nasceu um uma pequena cidade da Hungria, que logo após o fim de 2º Guerra Mundial, tendo perdido seus parentes mortos pelo Holocausto, ele decidiu que teria uma família especial. Desde a faculdade se preparando para a paternidade por meio das biografias de Sócrates e Einstein, entendeu que poderia transformar seus filhos em gênios mediante uma vantagem certa e moldada pela disciplina, só precisava de uma esposa que concordasse com o plano. A mulher que aceitaria ser a mãe dos filhos era Karla, se casaram, a primeira filha nasceu em 1969, Susan, e o experimento começou, para o primeiro gênio, escolheu o xadrez, em 1972, um ano antes dela iniciar os treinos, o américa Bobby Fischer derrotou o russo Boris Spassky na Partida do Século – uma representação da Guerra Fria. Sua filha, decidiu Laszlo, seria campeã de xadrez.

 

            As irmãs Polgar se tornaram “tesouros nacionais”, como disse Susan. A experiencia de Laszlo tinha funcionado. Funcionou tão bem que, no início dos anos 1990, ele sugeriu que, se sua abordagem de especialização inicial fosse aplicada a mil crianças, a humanidade poderia resolver problemas como o câncer e a Aids. Afinal o xadrez era apenas um meio arbitrário para seu proposito universal. Como a história de Tiger Woods, a da família Polgar entrou em um loop interminável na cultura pop, aparecendo em artigos, livros, programas de TV e palestras como um exemplo do poder de intervir na vida desde o começo precoce.

 

Quando menos do mesmo é mais, a música instrumental – que não dependia de palavras – passou por uma revolução completa, piano como novidade, violino feito por Antônio Stradivari, sistema de escalas maiores e menores foram criados, as primeiras celebridades musicais, eram consagradas. Nasceu o concerto – no qual um solista virtuoso toca acompanhado por uma orquestra -, e o compositor veneziano Antônio Vivaldi (o Sacerdote Vermelho, por conta do seu cabelo vermelho-fogo), tornou-se campeão indiscutível do formato. As quatro estações é o mais próximo de um sucesso pop que uma música de trezentos anos pode chegar.

 

A criatividade de Vivaldi foi facilitada por um grupo que conseguiam aprender rapidamente novas músicas em uma variedade impressionante de instrumentos. Eles atraíram imperadores, reis, príncipes, cardeais, e condes de toda a Europa que eram regalados com música inovadora da época. Elenco só com mulheres, “figlie del coro – filhas do coro”, os sons dos violinos, flautas, trompas e vozes espalhavam-se pela noite saindo de cada barco e gôndola. E, em uma época e lugar que ferviam com a música, as figlie dominaram por um século.

 

Um fato interessante é que as filhas do coro de Vivaldi, se apresentavam de uma forma em que a plateia não as podia vê-las, é que essas musicistas, eram desprovidas de beleza, diferente da beleza que suas músicas produziam. As garotas e mulheres que causavam deleite aos ouvidos delicados tinham tido vidas delicadas, eram filhas de mães que tinham trabalhado como prostitutas em Veneza e contraído sífilis antes de darem à luz, e, por isso, as meninas tinham sido abandonadas no Ospedale della Pietà-Hospital da Piedade ou Santa Casa da Misericórdia, onde as meninas cresciam e aprendiam música. A maioria dos órfãos nunca conheceria um parente de sangue, por essa razão, recebiam o nome da casa: Anna Maria dela Pietà, os ospedali eram parcerias público-privadas, instituições seculares, mas anexadas às igrejas, com regras monásticas, moradores separados por idade e gênero, missa diária era obrigatória antes do café da manhã, todas trabalhavam para manter em funcionamento a instituição e a música era incluída na educação de dezenas de garotas.

 

Como os ospedali tinham instrumentos, assim elas podiam tocar durante as cerimonias religiosas nas igrejas adjacente. Com a qualidade das músicas das meninas a igreja começou a aumentar seu publico vertiginosamente. Os ospedali encomendaram obras originais aos compositores. Em um período de 6 anos, Vivaldi escreveu 140 concertos exclusivamente para musicistas de Pietà. Isso levanta a questão: que mecanismo de treinamento mágico foi implementado para transformar as órfãs da indústria veneziana do sexo, que, se não fosse pela graça da caridade, teriam morrido nos canais da cidade nas primeiras estrelas de rock internacional do mundo?

 

Cita John Sloboda, pesquisador influente da música, em seu livro de 1985 – a mente musical: a psicologia cognitiva da música, fala desde as origens da música até a aquisição da habilidade de tocar e estabelece uma agenda de pesquisas que o campo ainda está realizando hoje. Em 1990, estudou estratégias para o aprimoramento musical. Não foi nenhuma surpresa verificar que o treino era crucial no desenvolvimento de músicos, mas os detalhes eram menos intuitivos. Em estudo entre alunos de música com idades entre 8 e 18 anos, que incluía de novatos a estudantes de uma escola seletiva, viu que quando, iniciavam o treinamento, não havia diferença na quantidade de treino realizado entre qualquer um dos grupos de músicos. Do menos ao mais capaz. Os alunos mais bem-sucedidos só começaram a treinar mais quando identificaram um instrumento no qual queriam se concentrar, seja porque gostavam mais ou por que gostavam mais. Aparentemente o aparelho impulsionava o praticante, e não o contrário.

 

Dar tempo entre as sessões de treinamento do mesmo material. Você pode chamá-lo de não treino deliberado entre períodos de prática deliberada. “há um limite de quanto tempo você deve se abster”, disse Nate Kornell psicólogo cognitivo do Williams College. “Mas é maior do que as pessoas pensam. Serve para qualquer coisa, estudar o vocabulário de uma língua estrangeira ou aprender a pilotar um avião. Quanto mais difícil, mais você aprende.” O intervalo entre as sessões de treinamento cria a resistência que melhora a aprendizagem.

 

Pensar além da experiencia, século XVII aproximava-se, o universo era composto por corpos celestes que se moviam em trono de uma Terra estacionaria, guiados por espíritos individuais, almas planetárias inefáveis. O astrônomo polonês Nicolau Copérnico tinha proposto que os planetas giravam em torno do Sol, porém essa ideia ia contra os costumes, que o filosofo italiano Giordano Bruno tinha sido morto na fogueira por insistir nessa ideia. Os planetas precisavam de um veículo para se mover, Platão e Aristóteles criaram as bases do modelo aceito, e ele prevaleceu por dois mil anos. Foi esse universo mecânico que o astrônomo alemão Johannes Kepler herdou.

 

Sempre que chegava a um beco sem saída, Kepler sacava uma bateria de analogias. Não apenas luz, calor, odor, correntes e marinheiros, mas a ótica das lentes, balanças, uma vassoura magnética, oradores contemplando uma multidão e mais. Ele interrogava cada analogia sem piedade, levantando novas questões a cada rodada. Por fim, Kepler decidiu que os corpos celestes atraíam uns aos outros, e os corpos maiores atraíam com mais força. Isso levou a afirmar (corretamente) que a Lua influenciava as marés na Terra. Galileu, a encarnação das verdades ousadas, zombou dele pela ridícula ideia do “domínio da Lua sobre as águas”.

 

Mais importante ainda. Kepler inventou a astrofísica. Ele não herdou uma ideia de forças físicas universais. Não existia o conceito de gravidade como uma força, e ele não tinha noção do impulso que mantém os planetas em movimento. Tudo o Kepler tinha eram analogias. Ele se tornou o primeiro a descobrir as leis físicas que regem fenômenos celestiais e percebeu isso. “Vocês, físicos, agucem seus ouvidos, porque agora nós vamos invadir seu território”, escreveu ele após publicas suas leis do movimento planetário. O título de sua obra-prima: nova astronomia baseada nas causas.

 

Conta uma história: há alguns anos, o chefe dos bombeiros de uma pequena vila atendeu a um chamado de incêndio em uma cabana de madeira. Sua preocupação era que o fogo pudesse se alastrar para uma cada próxima se não fosse logo debelado. Não havia hidrantes próximos, mas a cabana ficava próxima a um lago. Então havia água suficiente. Dezenas de vizinhos já estavam se revezando com baldes de água na cabana, mas sem êxito. Todos surpreenderam quando o bombeiro gritou para que parassem o que estavam fazendo e fossem todos encher seus baldes no lago. Retornando, ele os dispôs em um círculo na cabana e disse para jogarem ao mesmo tempo. O fogo imediatamente diminuiu e logo se extinguiu. Com essa narrativa, pergunta sobre como resolver um problema de um paciente com câncer que tem um tumor maligno, que para conter e eximir o mesmo, deve dosar a quantidade de raios exatos para não prejudicar tecidos saudáveis.

 

Destaca sobre o psicólogo Kevin Dunbar, que começou a registrar os laboratórios de pesquisas mais produtivos dos anos de 1990. Dunbar viu ao vivo avanços importantes e notou que os laboratórios mais capazes de transformar descobertas inesperadas em conhecimento novo para a humanidade criavam muitas analogias, e as criavam a partir de uma grande variedade de áreas. Os laboratórios cujos cientistas tinham históricos profissionais mais diversificador eram aqueles onde as melhores e mais variadas analogias eram oferecidas, e onde avanços eram produzidos de forma mais consistente a partir do aparecimento de algo inesperado. Aqueles laboratórios eram “comitês de Keplers”. Eles incluíam membros com uma grande diversidade de experiencias e interesses. Quando chegava a hora de desprezar ou abraçar e se atracar com informações que os confundiam, buscavam analogias em seu repertorio. Muitas analogias.

 

Explica sobre Van Gogh, caso ele tivesse morrido aos 34 em vez de aos 37 (a expectativa de vida na Holanda quando ele nasceu era de 40 anos), talvez não estivem nem nas notas de rodapé na história. O mesmo pode ser dito de Paul Gauguin, pintor que morou com Gogh por algum tempo e inovou em seu estilo conhecido como sintetismo, com linhas grossas separam seções de cores brilhantes, sem as gradações sutis da pintura clássica. Também se tornou outro dos poucos artistas a ultrapassar a barreira dos 100 milhões de dólares. Gauguin passou os 6 anos iniciais de sua vida profissional com a Marinha Mercante, antes de encontrar sua aptidão: corretor de ações e burguês. Só se tornou um artista em tempo integral após a queda da Bolsa de 1882, aos 35 anos. Sua mudança lembra a de J. K. Rowling, fracassando profissionalmente dos 20 aos 30 anos, assim como Gogh nas minas de carvão.

 

Todos eles parecem ter se sobressaído apesar de seus inícios tardios. Seria fácil escolher histórias de desenvolvimento tardio excepcional como superação de obstáculos. Mas eles não são exceções devido a seu início tardio, e esses inícios tardios não diminuíram suas probabilidades de sucesso. Os inícios tardios foram parte de seu sucesso final. 

 

Os objetivos de pessoas muito jovens normalmente lhe são impostos, ou pelo menos elas têm uma lista limitada da qual escolher, e perseguir esses objetivos com paixão e resiliência é o principal desafio. Isso vale para corredores dos oitocentos metros. Um dos aspectos mais atraentes dos objetivos esportivos é sua simplicidade sua facilidade de medição.

 

Assevera que graças ao Youtube, o teste do marshmallow pode ser o experimento científico mais famoso do mundo. Uma série de experimento iniciados na década de 1960. A premissa original, um examinador coloca um marshmallow (ou um biscoito) na frente de uma criança da educação infantil, ao sair da sala ele diz, se conseguir esperar até que ele volte, ganhará aquele e mais um. Se não conseguir esperar, pode comer o doce. A criança não é informada sobre o tempo de espera (de 15 a 20 minutos a depender da idade). Ela só deve resistir se quiser a recompensa máxima. Aquelas crianças que resistiram, no futuro tinham probabilidade de se tornarem mais bem sucedidas social, acadêmica e financeiramente, e era menos provável que se tornassem usuárias de drogas.

 

O folclore popular diz que o escultor Michelangelo veria uma figura completa em um bloco de mármore antes de tocá-lo, e apenas arrancaria o excesso de pedra para libertar a figura presa lá dentro. É uma imagem primorosamente bela. E uma total inverdade. O historiador de arte William Wallace mostrou que Michelangelo era, na verdade, prodígio do método de teste e aprendizado, constantemente mudava de ideia e alterava seus projetos enquanto trabalhava nas esculturas, ele deixou três quintos de suas esculturas inacabadas, sempre passando para algo mais promissor. Foi escultor, pintor e arquiteto e fez projetos de engenharia para fortificação em Florença. Com quase 30 anos, se afastou das artes plásticas para escrever poemas (incluindo um sobre o quanto passara a não gostar de pintura). Deixou inacabada metade de seus poemas. Se encaixaria bem no Vale do Silício “começava de novo e de novo, implacavelmente”.

 

O cineasta e escritor de não ficção Sebastian Juger tinha 20 anos e trabalhava como arboricultur, ao cortar um pinheiro cortou a perna com um motosserra e teve a ideia de escrever sobre trabalhos perigosos. Ainda mancando, quando um navio de pesca de Gloucester, Massachussetts, onde vivia, perdeu-se no mar. A pesca comercial firmou-se como assunto, o resultado foi o livro a tormenta, continuou com trabalhos perigosos e fez o documentário de guerra indicado ao Oscar, Restrepo. “Aquele ferimento foi a melhor coisa que poderia ter acontecido comigo”.

 

Certa vez, Napoleão Bonaparte, queixou-se de que suas tropas só podiam carregar provisões para alguns dias, “a fome é mais selvagem que a espada”, escreveu um cronista militar do século IV. O imperador francês era fomentador da ciência e da tecnologia, de modo que, em 1795, ofereceu uma recompensa pela pesquisa sobre a preservação de alimentos. Várias mentes tentaram, inclusive o cientista irlandês Robert Boyle, o “pai da química moderna”, onde os grandes fracassaram, o foodie parisiense e confeiteiro Nicolas Appert se destacou. Era o homem de todos os ofícios, de acordo com o Can Manufactures Institute. Singrava os mares do universo gustativo como confeiteiro, vinicultor, chef, cervejeiro, fabricante de picles e muito mais. Seus excepcionalmente amplos conhecimentos culinários deram-lhe uma vantagem sobre os cientistas que se concentravam na ciência da preservação. Tendo escrito o apropriadamente intitulado livro “A arte de conservar, durante vários anos, todos os tipos de substâncias animais e vegetais”, a invocação dele foi a base dos alimentos enlatados e ainda resolveu a sina dos marinheiros com a questão do escorbuto (deficiência de vitamina C), com a preservação dos alimentos por ele descoberto.

 

Fala sobre o caso de análise do gene LMNA de Priscilla e Jill, sobre a Lipodistrofia, juntamente com o Dr. Abhimanyu Garg, do Centro Médico da Universidade do Texas o qual constatou que ambas detinham uma mesma subcategoria rara de Lipodistrofia parcial, conhecida como tipo Dunnigan. Com base em trabalhos do biólogo francês, Etienne Lefai, um hiperespecialista que estuda a SREBOI, uma proteína que ajuda as células a determinarem se usam ou não a gordura de uma refeição ou armazenam como combustível, Lefai mostrou que quando a proteína se acumula em animais, pode causar atrofia ou crescimento muscular, ambos em escalas extremas.

 

Destaca sobre a empresa Nintendo uma empresa de pequeno porte de Kioto, em 1965, o CEO resolveu contratar um jovem da vizinhança, formado em eletrônica, chamado Gunpei Yokoi, que lutara para conseguir emprego em grandes empresas fabricantes de eletrônicos, mas que não recebera ofertas. “O que você vai fazer na Nintendo?”, perguntaram os colegas de classe dele. Yokoi precisava de especialistas. O primeiro verdadeiro engenheiro elétrico contratado pela Nintendo foi Satoru Okada, que disse: “a eletrônica não era o ponto forte de Yokoi”. Okada era o codesenvolvedor de Yoki no Game & Watch e no Game Boy. “Lidei mais com os sistemas internos na máquina”, lembrou ele. “E Yokoi cuidou mais dos aspectos de design e interface.” Okada era para Yokoi o que Steve Wozniak foi para Steve Jobs.

 

Os indivíduos são capazes de uma integração mais criativa de suas diversas experiencias do que as equipes. Ao buscar inovação em indústrias baseadas no conhecimento é melhor encontrar um superindivíduo. Se nenhum individuo com a combinação necessária de conhecimento diverso estiver disponível, deve-se formar uma equipe “fantástica”. Quadrinista e criador de longas-metragens de animação, o japonês Hayao Miyazaki é mais conhecido pelo épico onírico A Viagem de Chihiro, que superou Titanic com o filme de maior bilheteria da história do Japão. Sua carreira anterior nos quadrinhos e na animação prova que ele não deixou quase nenhum gênero intocado. Ele transitou entre gêneros de fantasia e contos de fadas até ficção histórica, cientifica, comedia pastelão, ensaios históricos ilustrados, ação-aventura e muito mais.

 

Destaca no livro ainda sobre Charles Darwin, que deve ter sido um dos indivíduos mais curiosos e de mente ativamente aberta da história. Seus quatro primeiros modelos da evolução eram variações do criacionismo e do design inteligente (o quinto modelo tratava a criação como uma questão em separado). Ele fazia questão de copiar para suas anotações qualquer fato ou observação contrário à teoria na qual estava trabalhando que encontrava. Mas, antes de iniciar aquele que foi o trabalho de sua vida, ele precisou de um empurrão de um colega mente aberta – ou seu mentor, na verdade. John Stevens Henslow era o padre, geólogo e professor de botânica que conseguiu uma vaga para Darwin a bordo do HMS Beagle. Antes do navio partir, ele recomendou a Darwin que lesse um livro controverso recém-publicado, Princípios da Geologia, de Charles Lyell, argumentado no exemplar que a terra havia mudado gradualmente, por processos que continuam a ocorrer no presente, “em uma das mais extraordinárias interações da história da ciência, o livro de Lyell ensinou Darwin a pensar sobre a natureza”.

 

Explica sobre o fato ocorrido com o Ônibus Espacial da Nasa, destacando sobre os dados de temperatura e de falhas do motor foram tirados, exatamente, da trágica decisão da Nasa de lançar o ônibus espacial Challenger, com os detalhes adaptados para um cenário de corrida de carros em vez de exploração espacial. O Challenger sofreu falhas nos anéis de vedação O-Ring – fitas de borracha que selavam as juntas ao redor da parede externa das turbinas de foguete que impulsionavam a nave -, e não danos em uma junta de vedação. Temperaturas baixas fizeram com que a borracha dos anéis endurecesse, tornando-as menos eficazes como lacres.

 

Os indivíduos do caso são vagamente baseados nos gestores e engenheiros da Nasa e da empresa fornecedora de turbinas, a Motor Thiokol, em uma audiocoferência de emergência ocorrida na noite antes do lançamento do Challenger. A previsão do tempo para 27 de janeiro de 1986 era de uma temperatura baixa na Flórida durante o lançamento, tendo a Nasa e Thiokol, aprovado o lançamento após a reunião, em 28 de janeiro, os O-Rings falharam em selar uma junta na parede da turbina do foguete. O gás incandescente irrompeu através da junta para a atmosfera e o Thiokol explodiu 27 segundos após o lançamento. Todos os 7 tripulantes/astronautas morreram.

 

Quando a socióloga Diana Vaughan entrevistou os engenheiros da Nasa e da Thiokol que trabalharam com os propulsores, ela descobriu que a famosa cultura de realização da Nasa se manifestou como a crença de que tudo daria certo porque “nós seguimos todos os procedimentos”; porque “o processo [de revisão de prontidão para voo] é agressivo e desconfortável”; porque “seguimos o manual”. As ferramentas da Nasa são seus procedimentos familiares. As regras que sempre funcionaram antes. Na época do lançamento do Challenger, a cultura de realização da Nasa manifestava-se como um processo extremo de responsabilização combinada com normas sociais coletivistas.

 

Antes do Challenger, houve um longo período em que a cultura da Nasa abrigava a incongruência (incompatível). Gene Krans, o diretor de voo quando a Apollo 11 pousou pela primeira vez na Lua, vivia sob o mesmo mantra, a valorização do processo – “em Deus nós confiamos, todos os outros apresentem dados” -, mas ele também tinha o hábito de buscar opiniões de técnicos de todos os níveis e hierarquia. Se ele ouvia o mesmo palpite duas vezes, não era preciso mostrar dados para que ele interrompesse o processo normal e fosse investigar.

 

Corrobora sobre Arturo Casadevall, em que verificou ondas gravitacionais que foram detectadas, e essa nem é sua área. “Dois buracos negros colidem no espaço, um bilhão de anos atrás. E por um bilhão de anos aquelas ondas gravitacionais viajam pelo espaço-tempo”, narrou ele, arregalando os olhos. Ele lidera pelo exemplo. Uma simples conversa com ele tem chance de incluir Anna Karenina, os artigos de O Federalista, o fato de Isaac Newton e Gottfried Leibnis serem tanto filósofos como cientistas, os motivos de o Império Romano não ter sido mais inovador e um argumento sobre o papel dos mentores na forma de uma descrição do personagem Mentor de Odisseia de Homero. “Eu trabalho com isso”, disse ele, dando um sorriso. “Sempre aconselho meus alunos a colegas a lerem coisas de fora de seu campo de estudo, alguma coisa todo dia. E a maioria das pessoas diz ‘Bem, eu não tenho tempo para ler coisas de fora de minha área’. Eu digo ‘Não, você tem tempo; é muito mais importante’. Seu mundo se torna um mundo maior, e talvez chegue um momento em que você faça conexões.

 

Quanto mais a ciência se afastar da exploração desinteressada m direção à eficiência, acredita, menor a chance de ela resolver os principais desafios da humanidade. Laszlo Polgar, em meio a seu experimento de xadrez com a filha, proclamou que “os problemas do câncer e da Aids” seriam mais fáceis de resolver se na educação infantil fosse implementado o ensino do xadrez, para educar mil crianças. Casadevall é um estudioso da história da inovação. Ele se formou médico e cientista quando a Aids virou epidemia, e não poderia discordar de Polgar com mais veemência.

 

Em 1981, uma nova doença aparece, e ninguém sabe nada sobre. Em 1984, descobre-se que é causada por um retrovírus, O HIV. Em 1987, aparece o primeiro tratamento. Em 1996 você tem um tratamento tão eficaz que ninguém mais precisa morrer de Aids. Como isso aconteceu? Foi porque as empresas, de repente, correram para produzir novas drogas? Não. Se voce olhar com cuidado e analisar, antes da Aids a sociedade tinha gastado um pouco de seu suado dinheiro para estudar uma ‘raridade’ chamada retrovírus. Apenas um fenômeno curioso em animais. Então, quando se descobriu que o HIV era um retrovírus, você já sabia que, se interferisse com a protease (um tipo de enzima) era possível desativar o vírus, assim quando surgiu o HIV já tínhamos nohall para atuar junto a doença, vinda de investimento em uma curiosidade que, à época, não tinha qualquer utilidade.

 

Dean Keith Simonton, que pesquisa a criatividade, demonstrou que, quanto mais criadores proeminentes produziam, mais insucesso geravam e maiores eram suas chances de um sucesso espetacular. Thomas Edison detinha mais de mil patentes, maioria delas completamente sem importância, e teve muitas mais rejeitadas. Seus fracassos foram abundantes, mas seus sucessos – a lâmpada, vendida em massa, o fonógrafo, um percursor de projetor de cinema – foram impactantes. Entre Rei Lear e Macbeth, Shakespeare produziu Timão de Atenas.

 

No início do livro destaca o autor, que disse sobre atletas e músicos porque eles são praticamente sinônimos de especialização precoce. Mas, entre os atletas que continuam na prática e se tornam parte da elite, a ampla experiência inicial e a especialização tardia são a norma. Os músicos chegam à grandeza por meio de uma diversidade incrível de caminhos, mas a hiperespecialização precoce não costuma ser necessária para o desenvolvimento da habilidade, e nas formas mais improvisadas é rara – ainda que, como nos esportes, muitos adultos tenham um enorme interesse financeiro em fazê-la parecer essencial. Sviatoslav Richter foi um dos grandes pianistas do século XX; ele começou sua instrução formal aos 22 anos. Steve Nash é um canadense de tamanho normal, que não teve uma bola de basquete até os 13 anos, ganhou 2 vezes o prêmio MVP da NBA.

 

Portanto, é grandemente recomendado a leitura desse exemplar um dos melhores já lidos, com uma enorme quantia de exemplos que destacam bem o título da obra, visto que, em um mundo cada vez mais especializado, os profissionais mais valorizados e mais bem-sucedidos em suas áreas de atuação são os generalistas, aqueles que pensam fora da caixa e encontram saídas para problemas aparentemente insolúveis por meio da conexão entre áreas e ideias, a princípio, incompatíveis, terá caso leia o manuscrito, mecanismos para transformar os seus interesses em múltiplas áreas em carreiras de sucesso – não importando a mecanismos idade e a vivência anterior. Pois, as experiências e a capacidade de aprender com os próprios erros são qualidades comuns a todos os grandes nomes da história, sejam eles inventores, empreendedores, esportistas ou profissionais de alta performance, leia a obra.

 

#livroporqueosgeneralistasvencememummundodeespecialistas #davidepstein #genelaristas #especislistas #musica #esporte #arte #aprendizado #outsider #foradeseries #pensamentolateral #amadores #ferreiraavelaradvocaciaipora #ferreiraavelaradvocaciaisraelandia #assessoriajuridica #consultoriajuridica #advogadoiporaferreiraavelaradvocacia #advogadoisraelandiaferreiraavelaradvocacia #advogadoisraelandiathayna #advogadoiporathayna

 


Ferreira Avelar Advocacia (Iporá-GO. Israelândia-GO). Consultoria e Assessoria Jurídica!

 

Créditos das Imagens e algumas informações do texto.

 

Livro – Por Que os Generalistas Vencem Em Um Mundo De Especialistas – David Epstein.

 


Publicação no Instagram:

https://www.instagram.com/ferreiraavelaradvocacia/

 

Publicação Blog:

https://ferreiraavelaradvocacia.blogspot.com/

 




Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

FATO DO PRÍNCIPE NA LEI 14.133/21 (NOVA LEI DE LICITAÇÕES E CONTRATOS).

TEMA. DOCIMÁSIA PULMONAR HIDROSTÁTICA DE GALENO. SABE O QUE É?

GUARDA JUDICIAL EM FAVOR DE TERCEIRO NÃO PARENTE