LIVRO - NOITES BRANCAS. FIÓDOR DOSTOIÉVSKI.

 



LIVRO - NOITES BRANCAS. FIÓDOR DOSTOIÉVSKI. 

Confesso que os títulos de romances não estão em grande quantidade na minha biblioteca, no entanto, observando várias recomendações sobre o autor russo e esse exemplar, resolvi ler. Noites Brancas de Dostoiévski, considerado um dos maiores nomes da literatura Federação da Rússia, livro escrito em 1848, sua trajetória de vida fez com que ele se identificasse com esse estilo propriamente. Sua mãe faleceu enquanto era bem jovem. Ficou alguns anos recluso na prisão da Sibéria, tendo desenvolvido epilepsia, doença que o acompanharia pelo resto da vida. Há resquícios de tristeza e pitadas de melancolia, possivelmente características condizentes com sua moléstia.

 

Ainda sobre sua biografia, conforme pesquisa junto a Wikipedia e em cotejo ao livro, destaca que Fiódor Mikhailovitch Dostoiévski (nasceu em Moscou, 11 de novembro de 1821 – e faleceu em São Petersburgo, 9 de fevereiro de 1881), além de escritor, era filósofo e jornalista do Império Russo. É considerado um dos maiores romancistas e pensadores da história, bem como um dos maiores "psicólogos" que já existiram (na acepção mais ampla do termo, como investigadores da psiquê).

 

Pela retratação filosófica e psicológica profunda e atemporal dessas questões e com base no que consta no livro, seus escritos são comumente chamados de romances filosóficos e romances psicológicos. Noites Brancas possui destaque ao sentimento amoroso. a obra tem um destaque a sensibilidade trazia pelo autor.

 

“Noites Brancas” refere-se ao fenômeno climático comumente no leste europeu, a narrativa se passa em São Petersburgo. A insolação nos meses de junho e julho no qual o sol não se põe, fazendo com que as noites fiquem “brancas”, até as cornijas das casas ficavam nessa tonalidade. Em um ambiente que aparenta estar esbranquiçado, claro, um pouco vazio e solitário devido às férias, quando todos viajam, nesse local descrito a partir dessas características e que a história se desenvolve.

 

A narrativa se desenrola em primeira pessoa por um narrador-personagem, que não é indicado nome a ele, que é também protagonista do escrito. Há uma divisão em cinco parte/capítulos: “Primeira noite”, “Segunda noite”, “Terceira Noite”, “Quarta Noite” e “Manhã”. O principal personagem, “O Sonhador”, descreve todo o romance, dando destaque aos sentimentos que ambientam a história.

 

Na primeira noite o autor lança uma pergunta de início. “era uma noite maravilhosa, uma noite tal como só é possível quando somos jovens, caro leitor. O céu estava tão estrelado, um céu tão luminoso, que ao olhá-lo seríamos obrigados a nos perguntar infalivelmente: como pode viver sob o céu assim toda sorte de gente irritadiça e caprichosa?”

 

Descreve o encontro com Nastienka, da seguinte forma, “num recanto, apoiando-se no parapeito do canal, havia uma mulher. Com os cotovelos apoiados na grade, ela parecia olhar de forma muito atenta para a água turva do cabal. É uma moça, e certamente morena – pensei. Parecia não ouvir os meus passos e nem mesmo se moveu quando passei por ela, prendendo a respiração e com o coração batendo fortemente, ... não ousei atravessar a rua. Meu coração palpitava como o de um passarinho que fora apanhado. De repente, uma causalidade veio em meu auxílio.”

 

A narrativa se desenrola com o encontro do casal, o Sonhador e Nastienka, a forma como se conhecem e como a trama de desenrola, descreve ele a ela, que é tímido com as mulheres e que naquele encontro estava agitado, diz que não nega sua agitação, mas que de longe percebe que havia um senhor que a assustou, diz ele naquela primeira oportunidade com Nastienka e que naquele momento está meio assustado. É exatamente um sonho, mas nem mesmo em sonho adivinhava que um dia conversaria com qualquer mulher que fosse.

 

A conversa flui e a moça o estimula a continuarem a conversarem, diz que no início ele queria apenas duas palavras, e agora... Bem, não vou lhe dizer nada... Talvez no encontremos... virei aqui amanhã – disse eu. – Oh, perdoe-me, já estou exigindo... – Sim, o senhor é impaciente... está exigindo... – Escute, escute! – interrompia-a. – Perdoe-me se digo outra vez... Mas veja, não posso deixar de vir aqui amanhã. Sou um sonhador; tenho tão pouca vida real que momentos assim, como este, me são tão raros que não posso deixar de reproduzi-los em meus devaneios. Vou sonhar com a senhorita a noite inteira, o ano todo. Virei aqui amanhã sem falta, exatamente aqui, a este mesmo lugar, a esta mesma hora e ficarei feliz ao recordar o dia de hoje. Este lugar já é belo para mim...

Um acordo? Fale, diga, diga logo tudo, estou de acordo com tudo, estou pronto para tudo – gritei no entusiasmo. – Eu respondo por mim, serei obediente, respeitoso... A senhorita me conhece... Exatamente por conhecê-lo é que convido para amanhã – disse a moça rindo. – Eu o conheço perfeitamente. Mas veja, venha com uma condição: antes de mais nada (apenas faça o favor, faça o que vou pedir, veja que estou falando francamente), não se apaixone por mim... Isto não pode ser, eu lhe asseguro. Para amizade estou pronta, aqui está minha mão... Mas apaixonar-se, não, eu lhe peço!

 

Na segunda noite a trama desenrola com o novo encontro entre o Narrador que não tem seu nome revelado e Nastienka, - Bem, aqui estamos! – disse ela, rindo e apertando-me ambas as mãos. Já estou aqui há duas horas; a senhorita não sabe como passei todo este dia! Sei, sei... mas vamos ao caso. Sabe por que vim’ pois não foi para tagarelar como ontem. Veja, precisamos agir com mais juízo de agora em diante. Ontem pensei muito em tudo isso. Como assim, como assim ter mais juízo? De minha parte, estou pronto; mas, na verdade, nunca na vida me aconteceu nada tão ajuizado como agora.

 

E para reparar o erro, decidi inteirar-me do senhor do modo mais detalhado. Mas, como não tenho a quem indagar a seu respeito, o senhor mesmo terá de me contar tudo, nos mínimos detalhes. Bem, que tipo de homem é o senhor? Vamos, comece, conte sua história. História? – exclamei assustado. – História? Mas quem lhe disse que tenho uma história? Eu não tenho história... – Então como é que viveu, se não tem história? – interrompeu ela, rindo. Absolutamente sem qualquer história! Vivi assim, como se diz, para mim mesmo; isto é, absolutamente só, completamente só, sozinho. Compreende o que significa “sozinho”?

 

Pois o senhor não vai me convencer; o senhor tem uma história, apenas está se escondendo. Em primeiro lugar, o que é um tipo? Um tipo? Um tipo é um original, uma pessoa bem ridícula! – respondi, e eu mesmo comecei a gargalhar, acompanhando seu riso infantil. – É um caráter assim. Escute, sabe o que é um sonhador? Um sonhador? Perdão, mas como não saber? Eu mesma sou uma sonhadora! Às vezes, sentada ao lado da avó, que coisas não me passa pela cabeça! Bem, daí começo a sonhar e imagino até que... bem, que estou me casando com um príncipe chinês... Mas às vezes é tão bom sonhar! Não, aliás, sabe Deus! Sobretudo se há algo em que pensar além disso – acrescentou a moça, desta vez bastante séria.

 

Seguem conversando ao ponto em que inicia a história de Nátienka, - Metade da minha vida o senhor já conhece; quer dizer, sabe que tenho uma velha avó...  – Se a outra metade é tão curta, então... – interrompi, rindo. Cale-se e escute. Antes de tudo, uma condição: não me interrompa, senão me atrapalho. Bem, escute calmamente.  “Tenho uma velha avó. Fui para sua casa quando era ainda uma menina muito pequena, porque minha mãe e meu tinham morrido. É de pensar que antes minha avó era rica, porque hoje se recorda dos dias melhores. Ela me ensinou francês e depois contratou-me um professor. Quando eu tinha quinze anos (agora tenho dezessete) parei de estudar. Foi nessa época que fiz uma travessura; o que eu fiz não vou lhe dizer, basta saber que o delito era pequeno.

 

Relata sobre as histórias com sua avó e em uma vez que sobre a criada Fiokla, que uma vez tentou usar de astucia e convenci Fiokla a ficar no meu lugar. Ela tomou o lugar de Nátienka em uma hora que a avó adormeceu, e eu fui à casa de uma amiga ali perto. Mas a coisa acabou mal. A avó despertou e perguntou algo, pensando que eu estava calmamente sentada no lugar. Fiokla viu que a avó estava perguntando, mas não entendia o quê; ficou pensando e pensando no que fazer e então soltou o alfinete e se deitou de correr.

 

Sobre o alfinete, explica que em uma manhã a avó chamou Nátienka, como era cega, não podia me vigiar, então pegou um alfinete e prendeu meu vestido ao dela, dizendo que ficaríamos assim a vida toda se, entenda-se, eu não me comportasse melhor. Numa palavra, nos primeiros tempos não havia como me afastar: era trabalhar, ler, estudar, tudo ao lado da avó. Uma vez tentei usar de astucia e convenci Fiokla a ficar no meu lugar. Fiokla é nossa criada; ela é surda. Fiokla tomou o meu lugar numa hora em que a avó adormeceu, e eu fui à casa de uma amiga ali perto. Mas a coisa acabou mal. A avó despertou e perguntou algo, pensando que eu estava calmamente sentada no lugar. Fiokla viu que a avó estava perguntando, mas não entendia o quê; ficou pensando e pensando no que fazer e então soltou o alfinete e se deitou a correr... contando esse ocorrido Nástienka começou a gargalhar junto ao Sonhador, que começou a rir junto e ela imediatamente parou. Escute não ria da minha avó. Estou rindo por que é engraçado...

 

No decorrer da trama, diz que a avó tem uma casa, isto é, uma pequena casinha, três janelas ao todo, interiramente de madeirta e tao velha como a avó em cima há um mezanino; e então mudou-se para o mezanino um novo hospede... relata sobre o antigo hospede um velhote seco, mudo, cego, coxo, tanto que enfim noa podia viver o mundo e enfim morreu. E então precisavam de novo Inquilino. O novo Inquilino era um homem jovem, um forasteiro que estava de passagem.

 

Fala do episódio em que o novo Inquilino observou que Nástienka ficava presa a avó pelo alfinete, quando sairia para pegar o ábaco (antigo instrumento de cálculo) para avó no quarto, ela deu um salto de tal modo que a poltrona da avó foi junto a ela, e que Nástienka ao perceber que ele sabia de tudo, ficou toda envergonhada junto a ele. Após esse fato o Inquilino disse a elas que tinha livros bons para ler e que podiam ser emprestados (Romances de Walter Scott, Ivanhoé e Púchkin chinês).

 

Fala sobre o convite que o Inquilino fez para a avó e Nástienka, para assistirem com ele uma apresentação de ópera (O Barbeiro de Sevilha-Giacomo Antônio Rossini). Na noite da apresentação Nástienka, disse que o Inquilino a olhava e falava de maneira agradável, que vi imediatamente. Mas após ele parou de vir quase totalmente para visitar elas. Apenas uma vez por mês apareci para convidar pra o teatro. Depois fomos de novo duas vezes disse ela ao Sonhador. O Inquilino parou de visitar elas, pois a temporada de ópera passou, tão logo, disse a avó que já resolverá seus negócios aqui e tinha de partir novamente para Mosco, por um ano.

 

Nástienka disse que ficou triste pela partida do Inquilino, e ele percebendo foi falar com ela, “escute – começou ele –, não posso fazer nada; sou um homem pobre, por enquanto não tenho nada, nem mesmo um cargo satisfatório. Com iriamos viver se me casasse com a senhorita?” O Inquilino promete a Nástienka que vai até Moscou e lá ficarei por um ano. Espero arranjar meus negócios. Quando voltar, e se a senhorita não deixar de me amar, juro-lhe que seremos felizes. Bem, e agora minha história está quase terminada. Passou exatamente um ano. Ele chegou, está aqui já há quase três dias e... aos choros disse que ele chegou, mas não me procurou até agora...

 

O Sonhador dá uma ideia a ela para resolver com o Inquilino, sugere a ela que escrevesse uma carta para resolver aquela situação ocasionado anteriormente a ida dele a Moscou, e então Nástienka apertou ambas as mãos do Sonhador com fora, saudou com a cabeça e fugiu como uma flecha para a sua viela “Até amanhã! Até amanhã!” – me veio â mente quando ela sumiu de meus olhos.

 

Na terceira noite, Nástienka estava radiante, ela chegará uma hora antes de mim. Disse que estava tão feliz por ter o senhor. Bem sabe por que o amo tanto hoje? Amo o senhor por não ter se apaixonado por mim. Pois um outro no seu lugar, começaria a perturbar e importunar, suspiraria e adoeceria, ao passo que o senhor é tao amável! Ela propõe a ele para que o Inquilino veja Nástienka e o Sonhador juntos, mas ele recusa. Continuaram a falar sobre a carta e a entrega da mensagem ao Inquilino. E ao final combinaram de encontra no outro dia na quarta noite.

 

Na quarta noite, começaram novamente a falar sobre a carta a ser entregue ao Inquilino, o qual não deu respostas a Nástienka, que fica triste por aquela situação. Ao desenrolar da narrativa ela pergunta ao Sonhedor se ele trataria ela daquela forma como o fez o Inquilino. Ao passo que o Sonhador declara a ela, apenas quero dizer que a amo. Eu enterraria meu segredo. Não começaria a dilacerá-la agora, justo nesse momento, com meu egoísmo. Não! Diz Nástienka, Oh meu amigo, meu amigo! Quando penso, quando penso que o ofendi, que ri do seu amor quando o elogiava por não ter se apaixonado!... Oh, Deus! Mas como não previ isto, como não previ isto, como fui tão tola, mas... Bem, bem, já decidi: vou dizer tudo...

 

É a ele que amo, mas isto passará, isto tem de passar, não deixar de passar; já está passando, eu sinto... Quem sabe, talvez acabe hoje mesmo, pois eu o odeio porque riu de mim, enquanto o senhor chorou comigo; porque o senhor não me rejeitaria como ele, pois me ama, ao passo que ele não me amava; e porque eu mesma, enfim, amo o senhor... sim, amo-o assim como o senhor me ama; já lhe disse antes, o senhor mesmo percebeu; amo-o por ser melhor e mais nobre do que ele; porque, porque ele...

 

Seguem acertando os detalhes para se juntarem como marido e mulher o sonhador diz estar sem muitos recursos financeiros, sendo pobre, tendo ao todo mil e duzentos rublos, lembram que tem de levar com eles a avó e Fiola (alerta Nástienka que ela náo tem imaginação, sendo seu único defeito), combinado novo encontro para no outro dia.

Na manhã do outro dia, o Sonhador recebe uma carta de Nástienka, que pedia perdão, dizendo que enganou ele e a ela mesma. Foi um sonho, uma ilusão. Hoje sofri por sua causa; perdoe-me, perdoe-me!... Agradeço! Sim! Agradeço-lhe por esse amor. Pois em minha memória esse amor está gravado como um sonho doce, do qual se recorda por muito tempo depois de acordar; pois vou recordar eternamente daquele instante em que o senhor abriu-me de maneira tão fraterna o seu coração e tão generosamente tomou o meu, mortificado, para guardá-lo, cuidar dele, curá-lo... segue o escrito endereçado ao Sonhador e ao final diz que o Inquilino, voltou apaixonado, nunca se esqueceu de mim... pede ele que não se zangue por escrever sobre ele. Quero ir â sua casa com ele; o senhor gostará dele, não é verdade?... “Perdoe, lembre-se e ame a sua Nástienka.”

 

Portanto, vê nesse enredo ao observar o final da trama, a existência de alguns resquícios lúgubres e com grandes oscilações na narrativa, indo aos picos positivos e negativos em variadas oportunidades, bem como nota-se um final exacerbado ao contrassenso de Nástienka, em que ela muda de ideia e não mais quis completar seus planos feito com o Sonhador e sim com o Inquilino, que reaparece. Percebe-se também que o narrador, se destaca com um tipo neutro, um verdadeiro sonhador que emerge das sombras do romantismo, com seu discurso elevado e pomposo, com sua linguagem declamatória, é caracterizado como um personagem ridículo. Sem mundo é repleto de imagens extraídas de romances; ele vive uma “realidade” imaginária, romanceada, enquanto a realidade exterior à sua imaginação, a do mundo em redor, aparece sempre distante.

 

O drama do narrador em nada afeta o mundo â sua volta, nem mesmo a própria Nástienka; de certo modo até esse drama adquiri um caráter imaginário, o que reforça o isolamento desse individuo. Mas a solidão romântica do narrador revela-se no final mais realista, aniquilando por completo o seu mundo fantasioso. Por fim, resta-lhe apenas projetar-se no futuro, mais velho e decrépito.

 

Desse modo a leitura do exemplar é prontamente recomendada, pois terá acesso a um incrível conteúdo, Dostoiévski é um dos maiores nomes da literatura russa e mundial, com temáticas como a humilhação e a desilusão amorosa que podem ser vistas na obra, é uma dessas histórias de amor que vai arrebatar a todos aqueles que apostam no sentimento correspondido, é uma grande obra desse gênio literário russo, que merece um lugar em sua estante.

 

 

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Ferreira Avelar Advocacia (Iporá-GO. Israelândia-GO). Consultoria e Assessoria Jurídica!

 

Créditos das Imagens e algumas informações do texto.

 

Livro - Noites Brancas. Fiódor Dostoiévski.



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