LIVRO - EM BUSCA DE SENTIDO. VIKTOR E. FRANKL.
LIVRO - EM BUSCA DE SENTIDO. VIKTOR E. FRANKL.
O livro se refere a
narrativa de um neuropsiquiatra austríaco, considerado o fundador da
logoterapia e análise existencial, nominando como a terceira escola vienense de
psicoterapia. As experiências do Frankl (que sobreviveu a quatro campos de
concentração nazistas), constam descritas por meio de suas experiências
dramáticas em quatro campos de concentração nazistas o qual passou durante a
Segunda Guerra Mundial e na segunda parte do exemplar de sua autoria
exemplifica e dispõe sobre os conceitos básicos da logoterapia.
Em busca do sentido,
retrata a vivencia de um psicólogo no campo de concentração por meio da análise
do próprio autor, identificado naqueles locais de aprisionamento dos judeus
como sendo o prisioneiro nº 119.104, exibe a fase da recepção no campo de
concentração na estação ferroviária de Auschwitz, a vida no campo de
concentração, a terceira fase: após a libertação (o alívio da tensão) e os
conceitos fundamentais da logoterapia.
Diz que inicialmente
pensava em escrever a obra de maneira anônima, para que nunca houvesse fama
literária a seu autor, consequentemente, sentiu-se responsável pela tarefa de
colocar no papel o que eu havia vivido. Pensava que poderia ser útil a pessoas
que têm inclinação para o desespero. Ainda da parte inicial do exemplar, diz
que alerta aos seus alunos que não procurem sucesso. Quanto mais o procurarem e
o transformarem num alvo, mais vocês vão errar. Por que o sucesso, como a
felicidade, não pode ser perseguido; ele deve acontecer, e só tem lugar como
efeito colateral de uma dedicação pessoal a uma causa maior do que a pessoa, ou
como subproduto da rendição pessoal a outro ser. O sucesso vai prossegui-los,
precisamente porque vocês esquecem de pensar nele.
Fala sobre como é
violenta a luta pelo pão de cada dia e pela preservação e salvação da vida.
Luta-se sem dó nem piedade pelos próprios interesses, sejam eles do indivíduo
ou do seu grupo mais íntimo de amigos. Suponhamos, por exemplo, que seja
iminente um transporte para levar certo numero de internados para outro campo
de concentração, segundo a versão oficial, mas há boas razões para supor que o
destino seja a câmara de gás, porque o transporte de pessoas doentes e fracas
representa uma seleção dos prisioneiros incapacitados de trabalhar.
Afinal é preciso considerar
que em Auschwitz, por exemplo, quando o prisioneiro passa pela recepção, ele é
despojado de todos os haveres e assim também acaba ficando sem nenhum
documento, de modo que, quem quiser pode simplesmente adotar um nome qualquer,
alegar outra profissão etc. A única coisa que não dá margem a dúvidas e que
interessa aos funcionários do campo de concentração é o número do prisioneiro,
geralmente tatuado no corpo.
Relata sobre a
desinfecção, onde estão todos em um galpão grande em cujo centro um homem da SS
aguarda até que nosso grupo esteja completo. Então começa: “dou dois minutos.
Estou olhando para o meu relógio. Dentro de dois minutos vocês tem que estar
completamente nus. Atirem tudo no chão; não podem levar nada, exceto sapatos,
cintos ou suspensórios, um par de óculos e, no máximo, o bragueiro de quem tem
hérnia. Vou cronometrar dois minutos: já!” Súbito, os primeiros estalos. Sobre
os corpos nus descem chicotes. Somos levados para outra sala. Então nos raspam
o pelo de cima a baixo. Não somente da cabeça; não fica um pelo de cima a
baixo. Dali somos tocados para dentro dos chuveiros. Entramos mais uma vez em
fila. Um prisioneiro mal reconhece o outro. Mas é com grande alívio e alegria
que alguns constatam que dos chuveiros realmente sai água...
Fala do conselho de
um certo doutor M, “só aconselho e peço uma coisa: vocês têm que fazer a barba,
todos os dias, seja de que jeito for, nem que seja com um caco de vidro. Mesmo
que vocês tenham que sacrificar o último pedaço de pão para que alguém faça a sua
barba. Vocês então parecem mais jovens, o rosto fica mais rosado depois de
raspado. Não fiquem doentes de jeito nenhum, nem com a aparência de doentes! Se
vocês querem continuar com vida, só há um jeito: dar a impressão de serem
capazes de trabalhar. Basta alguém ficar mancando por qualquer ferimento banal
ou quando o sapato está apertado. Se a SS vê alguém nesse estado, convoca-o com
um aceno, e no dia seguinte é certo que ele vai para a câmara de gás.
Nosso tempo era
tomado por intermináveis discussões sobre a conveniência ou não de se comer aos
poucos, ao longo do dia, a minguada ração de pão que , nos últimos tempos, era
distribuída apenas uma vez. Os três apitos estridentes que davam a ordem de
“Levantar!” nos arrancavam sem dó nem piedade do sono da exaustão e de ansiosos
sonhos, ainda em plena madrugada. Chegava o momento de enfrentar a luta com os
sapatos molhados, nos quais mal e mal se conseguia enfiar os pés feridos e
inchados pelo edema de fome. Explica que a subnutrição faz com que os instintos
que tomam conta do recluso na segunda fase de sua adaptação interior à vida do
campo de concentração elevem para o primeiro plano de consciência o impulso de
alimentação. Provavelmente é também o estado de subnutrição que explica o fato
de o instinto sexual, de modo geral, não se manifestar.
Aduz sobre o tópico, meditação
na vala, que prediz que “à noitinha, estávamos estendidos no chão de
terra do barracão, mortos de cansaço (...) quando entrou um companheiro
correndo e mandou-nos depressa para a área de chamada da turma, apesar de toda
a nossa fadiga e do frio lá fora, só para não perdermos uma visão magnifica do
por do sol. Vimos, então, o acaso incandescente e tenebroso, com todo o
horizonte tomado de nuvens multiformes e em constante transfiguração, de fantásticos
perfis e cores sobrenaturais, desde o azul cobalto até o escarlate sangue,
contrastando pouco mais abaixo com os desolados barracos cinzentos do campo de
concentração (...). E alguém exclamou, após alguns minutos de silêncio,
arrebatado: “O mundo poderia ser tão belo!”.
Anuncia sobre a ida
dele para o setor de tifo exantemático, alude que, inesperadamente o
médico-chefe precipitou-se para dentro do barracão e instou comigo para que me
apresentasse voluntariamente para o serviço médico em outro setor, o de tifo
exantemático. Alguma espécie de ajuda a meus companheiros enfermos, na qualidade
de médico, sem dúvida me parecia ter mais sentido do que morrer como
trabalhador braçal ineficiente que eu era então. Isso foi para mim um cálculo
muito simples e, de modo algum, um sacrifício heroico.
Aludi sobre o, plano
de fuga, a vida no campo de concentração apresenta situações que exigem
decisões súbitas e imediatas, e quem muitas vezes representam decisões sobre o
ser ou não ser. O prisioneiro então prefere que o destino o livre da obrigação
de decidir.
Clarifica sobre a
liberdade interior, citando, Dostoievsky “temo somente uma coisa: não ser
digno do meu tormento”. Pessoas provaram que, inerente ao sofrimento, há uma
conquista, que é uma conquista interior. A liberdade espiritual do ser humano,
a qual não se lhe pode tirar, permite-lhe, até o último suspiro, configurar sua
vida de modo que tenha sentido.
Assevera sobre, Espinoza
como educador. Diz Espinoza em sua Ética: “Affectus, que passio est,
desinit esse passio simulatque eius claram et distinctam formamus ideam” (a
emoção que é sofrimento deixa de ser sofrimento no momento em que dela formamos
uma ideia clara e nítida) – Ética, quinta parte: “ Do poder do espirito ou a
liberdade humana”, sentença III”.
Exibi sobre assistência
psicológica, citando o poeta que diz: “aquilo que viveste nenhum poder do
mundo tirará”. Aquilo que realizamos na plenitude da nossa vida passada, na
abundância de suas experiências, essa riqueza interior nada nem ninguém nos
podem tirar.
Do alivio da
tensão, relata que “a pessoa pega o bonde, vai até aquela casa que por anos
a fio imaginava diante de si e aperta a campainha – bem assim como tanto
desejara em seus mil sonhos... Mas quem abre a porta não é a pessoa que deveria
abri-la – ela jamais voltara a lhe abrir a porta... Essa desilusão, que
esperada grande parte dos prisioneiros, foi, para muitos deles, uma experiencia
difícil de superar – e era difícil mesma para um psicoterapeuta enfrenta-la no
tratamento do paciente.
Na parte dos conceitos
fundamentais da logoterapia (que se baseia na premissa de que a principal
força motivacional de um indivíduo é encontrar um sentido para vida), na medida
em que a logoterapia o conscientiza do logos oculto de sua existência, trata-se
de um processo analítico. Até esse ponto a logoterapia procura tornar algo
novamente consciente, ela não restringe sua atividade a fotos instintivos
dentro do inconsciente do indivíduo, mas se preocupa também com a realidade
existenciais, tais como o sentido em potencial de sua existência a ser realizado,
bem como sua vontade de sentido.
Já sobre o sentido do
sofrimento, relatando sobre um de seus pacientes ao qual aplicou as técnicas da
logoterapia ao tratamento (um médico clinico geral de mais idade), diz que
confrontou com a pergunta: “que teria acontecido, doutor, se o senhor tivesse
falecido primeiro e sua esposa tivesse lhe sobreviver?” “Ah”, disse ele, “isso
teria sido terrível para ela; ela teria sofrido muito!” ao que retruquei: “veja
bem, doutor, ela foi poupada desse sofrimento e foi o senhor que a poupou dele;
mas agora o senhor precisa pagar por isso, sobrevivendo a ela e chorando sua
morte”. Ele não disse uma palavra, apertou minha mãe e calmamente deixou meu
consultório.
Afiança sobre o
suprassentido, cita exemplo de outro paciente atendido e usando a
logoterapia a esse, um rabino da Europa Oriental, ele tinha perdido sua primeira
esposa e seus seis filhos no campo de concentração de Auschwitz, onde foram
mortos na câmara de gás, e agora se evidenciou que sua segunda mulher era estéril.
Observei que a procriação não é o único sentido da vida, pois nesse caso a vida
em si perderia o sentido, e algo que em si mesmo não tem sentido não pode
ganhar sentido simplesmente através de sua perpetuação, não dando certo fez a
ultima tentativa de ajuda-lo perguntando se ele não esperava ver seus filhos
novamente no céu? Caiu em pranto e descobriu-se o verdadeiro motivo, explicando
o rabino que uma vez que os filhos mortos como mártires inocentes, teriam lugar
diferente dele no céu, visto ele ser apenas um velho pecador.
Sem desistir Frankl,
retrocou “não se poderia conceber, rabino, que foi justamente esse o sentido de
o senhor sobreviver a seus filhos, para que fosse purificado por esses anos de
sofrimento, de modo que também o senhor, embora não inocente como seus filhos,
pudesse, afinal, tornar-se digno de juntar-se a eles no céu? Não está escrito
nos Salmos que Deus guarda todas as suas lágrimas? Assim nenhum de seus
sofrimentos tenha sido em vão”. Pela primeira vez em anos, se sentiu aliviado,
por essa nova perspectiva que lhe pude abrir.
Sobre a tese do
otimismo trágico (pós escrito de 1984), no que tange ao sentimento de falta de
sentido, no entanto, não devemos esquecer que, em si, ele não é uma questão de
patologia: mais do que ser sinal e sintoma de uma neurose, eu diria que é a
prova da humanidade da pessoa. Não é necessário dizer que nem todo caso de
depressão pode ser atribuído a um sentimento de falta de sentido. Tampouco o
suicídio – a que a depressão, às vezes, leva a pessoa – sempre é resultado de
um vazio existencial.
A respeito do “homem
comum” e sobre ser superior, em o saber como sofrer, quando se faz necessário.
Pesquisas de opinião pública da Áustria revelaram recentemente que aqueles que
atraíam a maior estima e consideração entre a maioria dos entrevistados não
eram os grandes artistas, cientistas, estadistas ou esportistas, mas aqueles
que eram capazes de atravessar experiencias difíceis com suas cabeças erguidas.
Portanto ler o livro
é testificar sobre o sentimento do autor e demais pessoas na situação-limite do
campo de extermínio nazista durante a Segunda Guerra Mundial, para assim, usar
a capacidade de transcender uma situação extremamente desumanizadora, manter a
liberdade interior e, desta maneira, não renunciar ao sentido da vida, apesar
dos pesares. Nessa senda essa obra de observação psicologia é, ao mesmo tempo,
um testemunho de grande humanidade, capaz de animar ainda hoje pessoas que, em
situações aparentemente sem sentido, ficam abertas para os pequenos sinais de
sentido perceptíveis no dia a dia.
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Ferreira Avelar Advocacia (Iporá-GO. Israelândia-GO). Consultoria e Assessoria Jurídica!
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