LIVRO - AUTOENGANO. EDUARDO GIANNETTI.

 


LIVRO - AUTOENGANO. EDUARDO GIANNETTI.

 

O livro segue a máxima de desvendar como os seres humanos de sabotam, como o título se refere o exemplar apresenta a maneira de como é procedido o ato de auto enganação, considerações aguda e inéditas sobre a exigência que tem as pessoas de calotear-se a si próprio, bem como sobre as consequências morais e éticas desses atos concatenados na vida cotidiana, profissional e na vida pessoal.

 

O autor divide o exemplar em 4 capítulos, sendo os seguintes: A natureza e o Valor do Autoengano; Autoconhecimento e Autoengano; A lógica do Autoengano e Parcialidade Moral e Convivência Humana. Nessa toada apresenta teses e exemplifica situações que procede o ato de calotear-se ou como o título descreve autoenganar-se. Afirma que um organismo fará tudo o que estiver ao seu alcance para saciar suas necessidades prementes. Ele agirá impelido pela intensidade de suas carências, de um lado, e limitado pelo seu leque de comportamento e pelas ameaças e obstáculos com que se depara, do outro.

 

No livro faz uma remissão a arte do engano no reino animal, na escala evolutivo nesse campo o repertório de autoengano se amplia e prolifera. Ao contrário de microrganismos e vegetais, os animais não se restringem a recursos morfológicos – ligados à forma e propriedade externas do organismo – na arte de iludir e engabelar o próximo. A novidade aqui é que começam a entrar em cena, passando a dominar de forma progressiva o espetáculo do engano no mundo natural, variações e estratégias comportamentais das mais insuspeitas procedências. Conexo a essas assertivas trazidas no livro, temos a chamada tanatose, ou imobilidade tónica, a simulação da morte no reino animal, desde aves, mamíferos e peixes.

 

Dispõe sobre o big-bang da linguagem do universo do engano, explicando que no principio foi o engano. Difícil é saber quem enganou quem. Primeiro Adão, envergonhado de seu ato, tenta enganar a Deus: esconde-se de Eva entre as árvores do Éden. Descoberto, contudo, ele admite perante Deus a traição da promessa de não tocar no fruto proibido. Relacionado está a miséria e a glória do autoengano, o conhecimento do bem e do mal, por um lado, trouxe os sentimentos de vergonha e da culpa diante de nós mesmos e tirou a humanidade do paraíso edênico; o advento da linguagem e da técnica, por outro, alterou de forma dramática a nossa relação de forças com o mundo natural.

 

Evidencia sobre o prodigioso Golias – um guerreiro gigantesco com armadura de bronze, capacete, escudo e lança terríveis – desafia ao combate qualquer soldado israelita. Minguem ousa: o moral das tropas desaba. Aparece um menino chamado Davi e aceita o desafio de enfrentar Golias. Todos duvidam e caçoam, mas ninguém o impede. Armado com 5 pedrinhas redondas, uma funda (versão primitiva do bodoque) e a fé inocente de que Deus está ao seu lado, acerta a cabeça do filisteu, na primeira tentativa, não haveria outra! – e derruba-o aquele Gigante ao solo. O exercito israelita recobra o ânimo e vence o inimigo. Como diz o General Cromwell “O soldado que reza melhor combate melhor”.

 

Revela o relato pungente do químico e escritor italiano Primo Levi, sobre os campos de concentração nazista de Auschwitz e os tipos de crença não racional, os não agnósticos (impossível saber se existem ou não divindades, pois elas transcendem a realidade e a lógica, se conformando com a ignorância humana), os que mantinham alguma forma de crença, qualquer que ela fosse [...] suportaram melhor as provas do campo de concentração e sobreviveram em maior número [...] Não importava que fé religiosa ou política fosse. Padres católicos ou reformados, rabinos de várias ortodoxias, sionistas militantes, marxistas ingênuos ou sofisticados e testemunhas de Jeová – todos eles tinham em comum a força salvadora da fé que possuíam.

 

Externa sobre o autoconhecimento, moderação e autoengano, o templo de Apolo em Delfos, centro religioso e geográfico do mundo grego, continha duas inscrições lapidares. Uma delas, recomenda a busca incessante do autoconhecimento: “conheça-se a si mesmo” exortação-desafio inscrita no portal do principal templo do mundo grego, o oráculo de Apolo situado em Delfos, não é um preceito cunhado por Sócrates, mas expressa admiravelmente a essência de sua filosofia. A outra inscrição estabelecida uma norma a ser observada na vida e na convivência humana: o principio da moderação sintetizado pela máxima “nada em excesso”.

 

Patenteia sobre a introspecção e autoengano: epistemologia. De Montaigne a Darwin, de Calvino a Nietzsche, de Teresa de Ávila a Diderot, de Adam Smith a Dostoievski e da psicanalise à sociobiologia, a conclusão básica dos que se dedicaram seriamente à busca do autoconhecimento parece bem sintetizada na sentença do filósofo austríaco Wittgenstein: “Nada é tão difícil quanto não se enganar a si próprio”.

Continua explicando sobre enganar o próximo como a si mesmo. Dúvidas não mentem. Pergunte-se se você conhece a si mesmo e você terá sérias razões para começar a duvidar. A familiaridade cega. As características epistemológicas peculiares do autoconhecimento introspectivo, de um lado, e a presença insinuante de forças psicológicas poderosas, de outro, tornam a busca do conhecimento de si uma empresa formidavelmente difícil e escorregadia. Sobre cenas de um despertar negociado corrobora que sono é hábito. Quando ele está bem enraizado, adormecer e despertar são quase automáticos. O relógio dentro adere ao relógio de fora. Afirma que toda revolução é promessa de futuro. É por isso que as paixões revolucionárias, tal qual o amor-paixão, têm especial vocação para o autoengano.

 

Menciona sobre o problema da miopia temporal na existência humana é retratado de forma magnífica pela tradição poética grega em torno dos perigos enfrentados pelos navegantes ao ouvir o canto das sereias por Ulisses no poema homérico, já ao final nas notas do escrito o autor explica sobre o hipotálamo um pequeno órgão situado na base do cérebro, com a função principal de receber e processar as informações referentes ao estado interno do organismo e deflagar os mecanismos corretivos necessários para corrigir as suas deficiências e problemas. É no feixe nervoso do hipotálamo, que as carências orgânicas de substâncias como cálcio, sódio, potássio e fosfato, assim como as demandas de produção hormonal são registradas e processadas pelo cérebro, e é a partir dele que os processos automáticos de correção, por meio de ações musculares e glandulares, são desencadeados.

 

Portanto a leitura do escrito é uma forma de descobrir métodos de visualizar por outro ângulo as inverdades que falamos a nós mesmos. Autoenganamos a todo instante: acreditamos nas declarações de amor da pessoa amada, adiantamos o relógio para não perder a hora. Sem o autoengano, afirma o autor que a vida seria muito penosa e sem encantamentos. Abandonados a ele, entretanto, perdemos a dimensão que nos reúne às outras pessoas e possibilita a convivência social. Dessa maneira o exame do exemplar é uma experiência incrível a qual recomendamos para quem se interesse em observar de maneira inédita sobre o ser humano se iludir a si mesmo, assim como as consequências éticas dessa tendencia na vida pública e pessoal.

 

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Ferreira Avelar Advocacia (Iporá-GO. Israelândia-GO). Consultoria e Assessoria Jurídica!

 

Créditos das Imagens e algumas informações do texto.

 

Livro - Autoengano. Eduardo Giannetti.

 


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