LIVRO – IKIGAI – KEN MOGI.


 




LIVRO – IKIGAI – KEN MOGI.


Ikigai: Os cinco passos para encontrar seu propósito de vida e ser mais feliz. Ikigai é uma palavra japonesa que descreve os prazeres e os sentidos da vida. Para os japoneses, o ikigai é “um motivo para se levantar de manhã”, algo que mantém o entusiasmo e a alegria pela vida.  Na obra o autor, Ken Mogi identifica e traz exemplos reais dos cinco passos para encontrar o ikigai: começar pequeno, libertar-se, buscar harmonia e sustentabilidade, descobrir a alegria das pequenas coisas e estar no aqui e agora. Esses cinco pilares permitem que você tenha prosperidade na vida, principalmente quando combinados aos pequenos detalhes daquilo que você ama e faz de melhor e buscar o equilíbrio em todos os aspectos da vida, podemos assim alcançar uma maior satisfação pessoal e felicidade duradoura.

 

Assim como a felicidade, o ikigai está dentro de cada ser humano e, ao encontrá-lo, é possível descobrir qual é o propósito e a missão que cada um carrega. "Ikigai: Os Segredos dos Japoneses para uma Vida Longa e Feliz" é um livro escrito por Ken Mogi. Ele explora o conceito japonês de "ikigai", que pode ser traduzido como "razão de ser" ou como dito "motivo para acordar de manhã". No exemplar, Mogi explora os diferentes elementos que compõem o ikigai e como eles podem ser aplicados para levar uma vida mais significativa e gratificante. Ele analisa a mentalidade e os hábitos dos japoneses, procurando entender o que impulsiona sua longevidade e bem-estar.

 

O autor também discute a importância de encontrar significado e prazer nas atividades diárias, seja no trabalho, nos relacionamentos ou em hobbies. Ele enfatiza a importância de viver o presente e valorizar os momentos simples, encontrando beleza nas coisas cotidianas. Além disso, Mogi destaca a importância da conexão social e do senso de comunidade para uma vida satisfatória. Ele explora como os laços familiares e a interação com os outros podem contribuir para o bem-estar geral. Viver uma vida plena, longa e feliz? Sim, é possível. A fórmula, segundo os japoneses, é encontrar o seu próprio ikigai, que vai ajudar você a definir e apreciar os prazeres da vida.

 

No livro, você irá descobrir os cinco passos para alcançá-lo e, assim, encontrar satisfação e alegria em tudo aquilo que faz. Esse antigo segredo dos japoneses pode fazer você viver mais, ter mais saúde, ser menos estressado e, principalmente, mais realizado com a sua vida.

 

Ao longo do livro, o autor referirá aos cinco passos para o ikigai. São eles: Passo 1: começar pequeno; Passo 2: libertar-se; Passo 3: buscar harmonia e sustentabilidade; Passo 4: descobrir a alegria das pequenas coisas e Passo 5: estar no aqui e agora;

 

Quando o presidente Barack Obama fez sua visita oficial ao Japão na primavera de 2014, os governantes japoneses precisaram escolher um local para o jantar de boas-vindas oferecido pelo primeiro-ministro do Japão. Imagine quanta consideração a escolha desse restaurante envolveu. Quando foi finalmente anunciado que o local seria o Sukiyabashi Jiro, possivelmente um dos restaurantes mais famosos e respeitados de sushi, a decisão foi recebida com aprovação universal. E, realmente, foi perceptível o quanto o próprio presidente Obama apreciou a experiencia de jantar lá pelo sorriso em seu rosto quando ele saiu. Supostamente, falou que foi o melhor sushi que já tinha comido (elogio enorme dele que havia passado a infância no Havaí de forte influencia japonesa).

 

O restaurante Sukiyabashi Jiro é orgulhosamente comandado por Jiro Ono, que é, enquanto escrevo esse livro, o chef com três estrelas Michelin mais velho ainda vivo, com noventa e dois anos. A culinária de Ono é baseada em técnicas práticas e versáteis. Por exemplo, ele desenvolveu um procedimento especial para oferecer ovas de salmão (ikura) em condição de frescor ao longo do ano todo. Isso desafiou a antiga sabedoria profissional seguida nos melhores restaurantes de sushi, já que ikura só devia ser servido durante a temporada de auge, o outono, quando o salmão enfrenta os rios para botar ovos. Também inventou um especial processo no qual um certo tipo de peixe é defumado com palha queimada de arroz para produzir um sabor único.

 

Relembra que em uma conferência TED intitulada “como viver até mais de cem anos”, o escritor americano Dan Buettner discutiu ikigai especificamente como um éthos para boa saúde e longevidade. Na época da escrita deste livro a conferência dele havia sido vista por mais de 3 milhões de vezes. Buettner explica os aspectos dos estilos de vida de cinco lugares no mundo em que as pessoas vivem mais. Cada zona azul, como ele as chamam, possuem culturas próprias, tradições as quais contribuem para a longevidade. As zonas são Okinawa-Japão (uma cadeia de ilhas ao sul do arquipélago japonês e que ostenta muitos centenários); Sardenha-Itália; Nicoya-Costa Rica; Icária-Grécia; e, dentre os adventistas do sétimo dia, Lona Linda-Califórnia.

 

Como veremos, ter ikigai pode, literalmente, transformar sua vida. Você pode viver mais, ter boa saúde, ficar mais feliz, mais satisfeito e menos estressado. Destaca que na visão do autor ikigai, se refere a uma espécie de eixo cognitivo e comportamental, em torno do qual vários hábitos de vida e sistemas de valores estão organizados. Ikigai representa a sabedoria de vida dos japoneses, a sensibilidade e a maneira de agir que foram unicamente pertinentes na sociedade japonesa e que evoluíram ao longo de centenas de anos dentro da sociedade fechada da nação insular.

 

Dos cinco pilares descritos no início, acordar cedo tem mais a ver com começar pequeno. Hiroki Fujita, que compra e vende atum no famoso mercado de peixe Tsukiji, de Tóquio, tem bastante experiência com o éthos de acordar cedo. Ele acorda às duas da madrugada e se prepara para ir trabalhar, seguindo seus protocolos de sempre. Ainda está escuro quando chega à loja do mercado, mesmo no meio do verão. Ele logo começa a trabalhar da mesma maneira acelerada com que está acostumado há anos. Como negociante de atum, precisa do melhor peixe, assim logo cedo ele não perde nada importante no mercado. Conforme o mundo descobre o sabor divino do atum toro, mais e mais atenção é dada ao processo de selecionar e temperar os melhores peixes. O único jeito de selecionar o peixe no mercado é olhando a superfície da carne perto da nadadeira da cauda, que foi cortada no corpo do peixe.

 

Outras pequenas coisas podem ajudar você a sair da cama pela manhã. Muitos japoneses têm um longo trajeto até o trabalho, em especial próximo a Tóquio, Osaka e Nagoya. Eu mesmo pegava um trem às seis e vinte da manhã para ir para a escola no ensino médio. Eu me sentava sempre no mesmo vagão, sempre havia rosto familiares e todas as manhas vários funcionários de escritório jogavam shogi (xadrez japonês) juntos, divertindo durante o trajeto. Esse clube de shogi era algo como o clube de radio taiso, que usava o poder da comunidade para aumentar a motivação para o trajeto logo cedo (o terceiro pilar o ikigai, harmonia e sustentabilidade). Até hoje, eu me lembro disso como uma coisa próxima da imagem de perfeita felicidade.

 

Kodawari e os benéficos de começar pequeno e executar cada passo à perfeição é o ethos dos donos de restaurantes de lámen no Japão, compartilhado apaixonadamente pelo público em geral. Q8ando dois japoneses discutiram sobre que tipo de lámen eles gostam, você pode ter certeza de que a discussão não vai ter fim. Um dos observadores cinematográficos mais astutos do Japão, Juzo Itami, fez uma homenagem muito bem-humorada ao kodawari presente em macarrão lámen em seu filme Tampopo-1985. Todos os aspectos da preparação do lámen, como a mistura da sopa, o preparo do macarrão, e o número e a proporção dos ingredientes requeridos são descritos.

 

Steve Jobs também tinha esse tipo de kodawari, embora não expressasse seu éthos em tantas palavras quando tentava aperfeiçoar as características do iPhone, por exemplo. Na verdade, pode-se dizer que kodawari era uma das características que definiam Jobs – é possível até dizer que ele era japonês pelo seu espírito kodawari.

 

Destaca sobre o apreço dos japoneses pela arte da cerâmica. Tigelas usadas em cerimonias do chá são particularmente valorizadas há séculos. Quando os líderes militares lutavam em batalhas e faziam seus nomes, eles esperavam receber tigelas famosas como recompensas simbólicas. Dizem que quando recebiam só um castelo e terras para governar em vez de uma tigela ficavam decepcionados. Há um tipo famoso de tigela, estimado pelos militares, chamado yohen tenmoku, se refere ao conceito de metamorfose no processo de assar cerâmica no forno. Supõe-se que as tigelas yohen tenmoku foram produzidas na China no período de poucas centenas de anos a partir do século X. Tenmoku é a pronúncia japonesa de Tianmu, uma montanha famosa a oeste de Hangzhou, na China, onde acredita-se que se originam certos tipos de tigelas.

 

Uma tigela yohen tenmoku, exibe um padrão de estrela azul-escuro, roxo e de outras cores, como uma galáxia de luminosidade espalhada na expansão negra do cosmos, e é por isso que eu a chamo simplesmente de “tigela estrekada”. Só restam três tigelas estreladas no mundo. Todas no Japao, e cada registrada com tesouro Nacional. Cada uma é diferente de outra-elas têm uma individualidade inconfundível e deixam uma impressão inesquecível.

 

A beleza sensorial do ikigai, uma tigela estrelada em boas condições, levada a leilão, chegaria a milhões. Das que restam, a tigela estrelada de Inaba (inaba temmoku) é vista como a mais delicada das três. Foi passada de Xogunato Tokugawa para a casa de Inaba, e custaria milhões de dólares se fosse colocada no mercado. Koyata Iwasaki, o quarto presidente do grupo Mitsubishi e um dos mais ricos do Japão, tornou-se dono dessa tigela em 1934. No entanto, considerando-se indigno dela, nunca a usava em suas cerimonias de chá.

 

Os japoneses fazem um certo alarde por tigelas bonitas. Afinal, uma tigela é só uma tigela, e sua função é conter líquido. Em termos dessa capacidade, não é diferente de uma tigela qualquer do mercado. Há outro aspecto interessante da língua japonesa, que vale a pena analisar e que é particularmente pertinente aqui. Em japonês, um cachorro late fazendo wan wan, enquanto um gato faz nya nya. Em português fazem au-au e miau, respectivamente.

 

Todas as línguas têm sua cota de expressões onomatopaicas, mas é considerado de forma geral que a língua japonesa tem uma variedade abundante incomum delas. Às vezes, são chamadas de simbolismo sonoro japonês, e costumam ser feitas da mesma palavra ditas duas vezes. Diferentemente de outras culturas, os japoneses continuam a usar simbolismos sonoros na vida adulta, assim como na infância.

 

Umas das contribuições únicas do Japão com a filosofia de vida aplicada no sentido da vida portanto, talvez viesse de uma negação de si mesmo. É interessante observar como a negação de si mesmo anda de mãos dadas com a apreciação do presente, em uma realização da filosofia de mindfulness. Libertar-se está altamente relacionado a estar no aqui e agora. Afinal, foi nas tradições da meditação budista que o conceito moderno de mindfulness nasceu.

 

Fluxo e criatividade o autor dá destaque ao estado psicológico de “fluxo”, como descrito pelo psicólogo americano nascido húngaro Mihaly Csikszentmihalyi, o qual você obterá o máximo do ikigai, e coisas como tarefas diárias vão ficar até mais agradáveis. Você não vai sentir necessidade de reconhecimento do seu trabalho ou dos seus afazeres, não vai ficar procurando nenhum tipo de recompensa. A ideia de viver em um estado contínuo de euforia, sem procurar gratificação imediata por reconhecimento externo, de repente está ao nosso alcance.

 

De acordo com Csikszentmihalyi, fluxo é um estado no qual as pessoas estão tão envolvidas em uma atividade que mais nada parece importar. É assim que se pode encontrar prazer no trabalho. O trabalho se torna um fim por si só em vez de uma coisa a ser suportada como meio de alcançar outro objetivo. Quando em fluxo, você não trabalha mais para ganhar dinheiro para seu sustento.

 

Tai-an, a única casa de chá que resta das elaboradas por Sem no Rikyu, é muito pequena, com pouco espaço para acomodar o mestre do chá e alguns poucos convidados. A casa de chá foi intencionalmente elaborada para ser compacta, para que os guerreiros samurais, que eram os convidados principais da cerimônia do chá, pudessem ter uma conversa intima. Os samurais tinham de deixar suas espadas na entrada, pois, intencionalmente, não havia espaço para suas armas. Eles até tinham que contorcer o corpo e se inclinar para conseguir entrar. O conceito japonês ichigo ichie (uma vez, um encontro) vem originalmente da tradição da cerimonia do chá.

 

Ainda sobre o fluxo e criatividade o autor assevera que, no Japão, um bar como o Est! às vezes é chamado de “shot bar”. É difícil descrever a atmosfera única de um shot bar para alguém que nunca foi a um. Em termos de elegância dos frequentadores e de tranquilidade no ambiente, um shot bar japonês é como um wine bar. Mas, em termos de preço, pode compartilhar algumas das qualidades do conceito americano de fern bar, porém, os clientes não são necessariamente solteiros ou yuppies, e não há ênfase em plantas na decoração. O shot bar japonês é, na verdade, um gênero único. Não tem nada parecido no mundo.

 

A busca implacável da qualidade também é evidente nos bares japoneses, no lado consumidor do uísque. Est! Que é um bar famoso em Yushima, Tóquio. Seu proprietário é Akio Watanabe, que atende os clientes do estabelecimento há quase quatro décadas. Durante muitos anos, Watanabe não tirou férias, exceto por uma semana no Ano-Novo e outra no meio de agosto. Durante o resto do tempo, Watanabe fica atrás do balcão do Est! sete dias por semana, o ano todo. Ele dá atenção a cada bebida que serve no bar, levando cada uma a sério.

 

Ikigai e sustentabilidade, O Japão só tem uma cultura de celebridade controlada. Não há astros como Justin Bieber ou socialites como as Kardashians, embora o Japão também tenha sua cota de celebridades em escala menor. Reprimir desejos e ambições individuais talvez tenha efeitos colaterais negativos. Em comparação ao sucesso global de empresas como Google, Facebook e Apple, as startups no Japão dos anos recentes causaram um impacto relativamente pequeno. Talvez o espectro de sucesso e glamour japonês seja estreito demais para acomodar verdadeiras empresas revolucionárias em escala global.

 

Destaca que, além disso, há preocupações genuínas sobre a corrida cada vez mais selvagem para captar a atenção e o tempo dedicado das pessoas. Nós todos sabemos como vários serviços da internet, por exemplo, o Facebook, o Twitter, o Snapchat, o Instagram, estão dilacerando nossas horas acordados em aglomerados aleatórios de atenção curta.

 

Denota que em encontrando seu objetivo na vida, ensina sobre a arte do sumô, como uma forma tradicional de luta que tem história desde a antiguidade. O sumô profissional nasceu nos primeiros anos da era Edo, no século XVII. A imagem costuma ser cômica e (talvez) um tanto depreciativa. Naturalmente, há mais nessa atividade atlética antiga. Se não fosse assim, pessoas inteligentes e sofisticadas não seriam loucas pelo sumô como espectadores do esporte, e outras não dedicariam uma carreira inteira a ele como atletas, como acontece.

 

Os grandes torneios de sumô acontecem seis vezes por ano, três vezes no Sumo Hall (RyŌgoku Kokugikan), em Tóquio, e uma vez em Osaka, em Nagoya e em Fukuoka. Um grande torneio de sumô transcorre por quinze dias, começando e terminando em um domingo. Há um sistema rigoroso de ranking de lutadores de sumô, com yokozuna (o grande campeão) no topo.

 

Ao longo de um período de aproximadamente 300 anos, houve 72 yokozunas, com quatro ativos na época da escrita deste livro. Em 1993, Akebono, do Havaí, EUA, se tornou o primeiro yokozuna nascido fora do país. Ele foi o 64º yokozuna da história. Desde o feito pioneiro de Akebono, houve cinco yokozunas estrangeiros, inclusive o grande Hakuh, da Mongólia, que tinha, na época em que o livro foi escrito, o recorde de 38 vitórias em grandes torneios.

 

O ikigai no mundo do sumô é muito democrático, mesmo o esporte sendo muito cruel e impiedoso. A alegria das pequenas coisas é abundante no mundo do sumô, desde o sabor dos pratos chanko aos gritos dos torcedores. Muitos lutadores testemunham que estar no aqui e agora é absolutamente necessário para se preparar e participar de uma luta, pois só estando imerso no presente é que se pode esperar alcançar o estado mental para o desempenho otimizado.

 

Se continuarmos olhando para as artes, você vai descobrir que pode até encontrar seu ikigai, ironicamente, ao soltar uma bomba atômica de forma bem-sucedida, que levaria ao fim da guerra. Em Dr. Fantástico, um filme de 1964 dirigido e corroteirizado pelo diretor americano Stanley Kubrick, o major Kong, comandante de um bombardeiro B-52, fica tão obcecado por transportar e soltar a bomba atômica que entra pessoalmente no compartimento de bombas e mexe na fiação. Quando a bomba é solta com sucesso, o major Kong monta nela como um caubói em um touro de rodeio, dando um grito de alegria e pondo fim à civilização humana.

 

Bom, vamos voltar ao mundo real. O que aprendemos? Que o ikigai é uma adaptação ao ambiente, independente de qual seja a natureza desse ambiente. Do sumô ao balé clássico, as pessoas que encontram o ikigai podem ter alegrias além do valor simplista de vitórias e derrotas. Você precisa encontrar seu ikigai nas pequenas coisas. Tem que começar pequeno. Precisa estar aqui e agora. Afinal, depende de você encontrar seu ikigai, da sua própria maneira. Sobre isso, o famoso slogan da Segunda Guerra Mundial do pôster do governo inglês, “Mantenha a calma e siga em frente” (Keep calm and carry on), poderia muito bem ser um éthos para o ikigai. Quem imaginaria?

 

O que não mata fortalece, destaca a importância em reconhecer que houve influências externas no caminho. A consciência imbuída na filosofia de vida japonesa foi influenciada pela tradição budista da meditação, promovendo melhorias a longo prazo e bom comportamento. Há também uma ligação surpreendente entre ikigai e valores descritos em Eclesiástico, um dos vinte e quatro livros da Bíblia hebraica, onde a vida é vista como fundamentalmente vã e fútil. Por isso, Eclesiástico recomenda que encontremos prazer nas pequenas recompensas da vida, como algo dado por Deus, que os humanos deveriam receber com apreciação humilde — bem sintonizado com a filosofia do ikigai.

 

As artes marciais japonesas, seja uma luta de sumô ou de judô, começam e terminam com uma reverência. Como já vimos, quando um lutador de sumô vence, ele não expressa sua alegria abertamente por respeito ao derrotado. O lutador derrotado, por outro lado, admite sua derrota com elegância. Cada lutador de sumô ou de judô é um bom perdedor por definição, ao menos idealmente ou na aparência. É tudo questão de respeito mútuo. Esse é um exemplo do que significa ter prazer e satisfação em fazer coisas pequenas direito, para o bem maior.

 

Assevera ainda que, o cristianismo foi levado para o Japão por uma série de missionários; Francisco Xavier (1506-1552), o mais famoso deles, se tornou o primeiro missionário a chegar ao Japão em 1549. No começo, os guerreiros samurais receberam de braços abertos a crença e a cultura recém-chegadas, com seus sabores exóticos. Houve até alguns casos famosos de lordes samurais se convertendo ao cristianismo.

 

No filme Silêncio, de Martin Scorsese, uma adaptação do livro e obra prima de Shūsaku EndŌ, o jesuíta Padre Rodrigues, que apostara sob pressão dos oficiais do xogunato, faz um paralelo entre o Japão e um “pântano”, onde nada consegue firmar raiz. O padre diz que mesmo que o cristianismo pareça ser seguido é diferente do original, modificado e digerido do jeito japonês. Em uma terra de oito milhões de deuses, o conceito cristão de Deus pode ser difícil de ser aceito.

 

Ikigai e felicidade, embora comiket como substantivo possa se referir a incontáveis encontros similares dentro (e atualmente também fora) do Japão dedicados à reunião de fãs de quadrinhos, o maior comiket, a Comiket, acontece duas vezes por ano, realizada em agosto e dezembro, no Tokyo Big Site, um complexo de salões de exposição na área de desenvolvimento recente de Tóquio chamada Odaiba. Os cosplayers fazem esforços enormes para se transformarem nos personagens de que gostam. Por que eles fariam isso? Uma garota que apareceu no documentário da NHK testemunha que gosta da transformação pela qual passa no processo do cosplay. Assim, uma garota reservada pode se tornar objeto de atenção e admiração de fãs ávidos quando completa a transformação para o personagem de anime da sua escolha.

 

Apesar do interesse global cada vez maior, há muitas características da Comiket que permaneceram com natureza basicamente japonesa. Um estudo de valores e padrões comportamentais exibidos por participantes da Comiket revela uma variedade interessante de morais e princípios que se refletem na filosofia do ikigai.

 

Em 1996, pesquisadores na Itália relataram uma grande descoberta no campo da neurociência. Enquanto examinavam o cérebro de um macaco, eles descobriram acidentalmente que os neurônios dele ficavam ativos quando o macaco estava fazendo alguma coisa. O mesmo grupo de neurônios também ficava ativo quando o macaco observava outros fazendo a mesma ação. Neurônios com essas propriedades foram então chamados de “neurônios espelho”. Neurônios espelho foram descobertos em cérebros humanos também. Atualmente, acredita-se que esses neurônios estão envolvidos em vários aspectos da comunicação, inclusive leitura de mentes, em que fazemos estimativas sobre as mentes de outras pessoas. Os neurônios espelho são considerados essenciais quando fazemos comparações entre nós mesmos e outras pessoas, um passo considerado necessário para percebermos que tipo de pessoa nós somos.

 

Em aceite-se como é, descreve que, é verdade que os japoneses costumam pensar que a nação deles é unificada. Com a globalização, a mentalidade da nação está mudando, mas os japoneses pensam que são um povo homogêneo. Dito isso, há uma profundidade interessante na expressão da individualidade na sociedade japonesa. Os japoneses têm uma série de pequenos truques para manter a individualidade viva enquanto mantêm um relacionamento harmonioso com os outros.

 

Há alguns motivos históricos para isso. Na era Edo, que começou em 1603, antes da modernização do Japão com a Restauração Meiji em 1867, o Xogunato Tokugawa decretou uma série de ordens executivas para manter a estabilidade na sociedade, da forma como era considerado adequado naquela época. Um dos decretos mais comuns era evitar o luxo. Conforme a economia Edo crescia, alguns mercadores ganhavam muito dinheiro e se tornavam grandes gastadores. Esse tipo de exibição de luxo acumulado era considerado um efeito corrosivo na estabilidade social, causado pela assimetria cada vez maior entre classes. Assim, o xogunato decretou uma série de ordens executivas proibindo o gasto excessivo.

 

Os mercadores ricos obedeceram, ao menos superficialmente, pois não dava para discutir com o xogum naquela época. No entanto, eles conseguiram manter suas diversões secretamente. Uma das técnicas era usar tecidos caros na parte de baixo do traje, enquanto por fora eles mantinham uma aparência modesta. A ideia de manter um perfil humilde na superfície e fazer a individualidade interior florescer é uma sabedoria que o povo do Japão nutre há anos. Essa técnica poderia ser usada em qualquer sociedade, principalmente quando o escrutínio social é um problema (só pense na pressão das redes sociais atualmente!). O jeito japonês de manter a individualidade, ao mesmo tempo em que se mantém uma aparência humilde, tem efeito contraditório no contexto moderno.

 

            Ao final nota-se uma vasta apresentação de conceitos e ensinamentos da cultura nipônica, razão pela qual, o exemplar revela ser uma ótima fonte de estudo do que fez e faz os japoneses serem e estarem em constante melhorias com hábitos estudados e que chamam a atenção de todo o mundo, por meio é especial do ikigai destacando a partir desse conceito do oriente a “razão de viver”, “objeto de prazer para viver” ou “força para a vida” atrelado ao viver o aqui e o agora, baseado nos nos cinco passos para o ikigai, assim registramos como sendo uma ótima opção de sabedoria milenar e de conhecimento, reiteramos então a recomendação do manuscrito.

 


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Ferreira Avelar Advocacia (Iporá-GO. Israelândia-GO). Consultoria e Assessoria Jurídica!

 

Créditos das Imagens e algumas informações do texto.

 

Livro – Ikigai – Ken Mogi.




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